O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou na terça-feira (19) que a delação de Ronnie Lessa havia sido homologada no STF e seguirá sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Em nota, os advogados Fernando Santanna e Bruno Castro alegam que "por ideologia jurídica, nosso escritório não atua para delatores". Eles realizam a defesa de Ronnie Lessa em 12 processos.
"Desde o primeiro contato deixamos claro que ele não poderia contar com o escritório caso tivesse interesse em fechar um acordo de delação premiada", diz a nota.
Investigações no STF
O envio do caso ao STF ocorreu após a delação premiada de Ronnie Lessa à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR), no final de janeiro. Ele está preso desde 2019, juntamente com o ex-policial militar Élcio de Queiroz. Lessa é apontado como autor dos disparos que mataram a vereadora e seu motorista.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o caso estava tramitando antes, encaminhou o procedimento após as novas revelações por entender que o STF seria o foro adequado.
O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completou seis anos no dia 14 de março. Por volta das 21h00, o veículo que transportava Marielle, Anderson Gomes e a assessora Fernanda Chaves foi emparelhado na região central da capital fluminense, no bairro Estácio, por um Chevrolet Cobalt prata clonado.
A janela traseira do veículo em movimento foi aberta, e 13 tiros de uma submetralhadora MP5 foram disparados contra a parlamentar carioca, dos quais cinco a atingiram. Três deles acertaram o condutor.
Marielle trabalhou como assessora do atual presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), então deputado estadual, Marcelo Freixo, por dez anos até ser eleita vereadora, em 2016, pelo Psol.