Ciência e sociedade

Cientistas descobrem espécie de boto que viveu na Amazônia peruana há 16 milhões de anos

Paleontologistas da Universidade de Zurique descobriram uma nova espécie de golfinho de água doce na Região Amazônica do Peru que teria vivido há 16 milhões de anos. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (20), na revista Science Advances.
Sputnik
Trata-se do maior golfinho de rio já encontrado, medindo entre 3 e 3,5 metros. A nova espécie ganhou o nome de Pebanista yacuruna em homenagem a um povo aquático mítico que teria habitado a bacia Amazônica.
A nova espécie de golfinho pertence ao grupo Platanistoidea, um grupo de golfinhos comuns nos oceanos do mundo entre 24 e 16 milhões de anos atrás. De acordo com a pesquisa publicada, essa espécie integrou os ecossistemas de água doce ricos atrás de presas da proto-Amazônia e se adaptou ao novo ambiente.
O estudo indica que 16 milhões de anos atrás grande parte da planície amazônica estava coberta por um grande sistema de lagos e pântanos chamado Pebas. A paisagem incluía ecossistemas aquáticos, semi-aquáticos e terrestres e se estendia pelo que hoje é Colômbia, Equador, Bolívia, Peru e Brasil.
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Quando o sistema Pebas começou a dar lugar à Amazônia moderna, há cerca de 10 milhões de anos, novos habitats fizeram com que as presas do Pebanista desaparecessem, levando o gigante golfinho à extinção.
Isso abriu uma nicho ecológico que foi explorado por parentes dos golfinhos do rio Amazonas de hoje (Inia), que também estavam enfrentando a extinção nos oceanos devido ao surgimento de novos cetáceos, como os golfinhos oceânicos modernos.
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