Mídia: indústria de defesa europeia luta para reduzir dependência dos EUA e estabelecer Skyshield

O presidente-executivo da Rheinmetall defende o desenvolvimento de sistemas de defesa aérea enquanto a União Europeia (UE) justifica sua militarização em função da escalada ocidental no conflito ucraniano.
Sputnik
De acordo com o Financial Times (FT), Armin Papperger, o presidente-executivo da maior fabricante de munições da Europa, disse que os líderes da UE deveriam considerar a instalação de sistemas de defesa aérea de curto alcance semelhantes a Cúpula de Ferro de Israel, que tem alcance de até 70 quilômetros.
Os comentários de Armin Papperger surgem em um momento em que as capitais da UE estão ampliando seus gastos militares ante a escalada no conflito ucraniano e receio de que, em um novo mandato de Donald Trump nos EUA, a Europa esteja em uma clara posição de abandono militar-estratégico.

Segundo a apuração, Papperger disse que a defesa aérea de curto alcance era "algo que eles querem criar na Europa", apontando para um aspecto da iniciativa Escudo Europeu Skyshield, apoiada por Berlim. "Também penso que é uma boa ideia ter uma solução europeia semelhante a Cúpula de Ferro e mais além", disse.

No final de 2022, o chanceler alemão Olaf Scholz anunciou a iniciativa Escudo Europeu Skyshield, que pretende criar um sistema europeu de defesa aérea e antimísseis através da aquisição conjunta de equipamento.
Até o momento, 21 países aderiram à iniciativa que foi duramente criticada pela França, que o consideraram estrategicamente confuso e mal concebido.
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A Rheinmetall disse em fevereiro que vendeu seu sistema de defesa aérea de curto alcance Skyranger 30 para as Forças Armadas da Alemanha por € 600 milhões (cerca de R$ 3,2 bilhões). Segundo a empresa, o sistema poderia ser usado contra drones e outros projéteis.
O desenvolvimento de sistemas europeus de defesa aérea e antimísseis mais bem integrados é uma prioridade para Bruxelas, que tem pressionado as capitais para o desenvolvimento de "capacidades relacionadas com a defesa aérea e antimísseis europeia integrada" até 2035, com propostas para o desenvolvimento da indústria a partir de "projetos de defesa europeus de interesse comum".
A UE também trabalha em uma nova estratégia de defesa que visa impulsionar as compras conjuntas e estabelece, pela primeira vez, metas sobre a compra de fabricantes do bloco, visando a redução de sua dependência dos fabricantes norte-americanos.
Ainda de acordo com a apuração, os executivos da indústria de defesa também apelaram a uma maior cooperação e parcerias entre empresas para otimizar gastos e reforçar a base industrial da Europa a longo prazo.
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