"Estamos contra esta lei draconiana. Ela é completamente oposta, contrária aos direitos humanos. Uma lei desumanizada, anticristã, injusta, violadora de preceitos, de normas da convivência humana, não apenas do direito internacional, mas da Bíblia", defendeu em conferência de imprensa.
Conforme o presidente mexicano, a legislação ainda é inadmissível sob o ponto de vista judicial, já que só poderia ser aprovada pelos parlamentares federais.
"Se pretendem deportar, não aceitaremos as deportações do governo do Texas e não ficaremos de braços cruzados", assegurou. López Obrador acrescentou que a administração mexicana vai estudar quais passos seguir para derrubar o texto judicialmente.
Luz verde na Suprema Corte
Na última terça-feira (19), a Suprema Corte dos Estados Unidos deu luz verde para a entrada em vigor da lei aprovada no Texas. Com a regulamentação, a polícia local pode tanto prender quanto deportar os imigrantes.
O governo do México, por sua vez, "reitera seu direito legítimo de proteger os direitos de seus nacionais nos Estados Unidos e de estabelecer suas próprias políticas de entrada em seu território", afirmou a Secretaria de Relações Exteriores (SRE) em comunicado.
Além disso, a chanceler mexicana, Alicia Bárcena, afirmou que "a proteção e o apoio aos nossos compatriotas são a prioridade". Horas mais tarde, o Tribunal de Apelações do 5º Circuito dos EUA anulou a decisão, que será discutida em 20 de março, para determinar se a lei poderá continuar ou não.
O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, tem tentado impedir a aplicação da lei e já havia instado os juízes a bloqueá-la, ao argumentar que é uma "intrusão sem precedentes na aplicação da lei federal de imigração".
A migração irregular atingiu níveis recordes nos últimos três anos. Só no ano passado, cerca de 3,2 milhões de estrangeiros foram detidos por agentes da Patrulha de Fronteira sem documentação para entrarem no país. Já em 2022, foram 2,7 milhões, contra 1,6 milhão em 2021 e 400.650 em 2020.