A sofisticação e o alcance cada vez maiores da tecnologia de mísseis chineses longe de suas costas tornaram a defesa de Guam uma prioridade máxima para a Marinha dos Estados Unidos no Pacífico, disseram na quarta-feira (20) ao Congresso altos funcionários do Pentágono.
O pedido de mais financiamento, de US$ 400 milhões (R$ 1,99 bilhão), e com maior celeridade e capacidade, "é certamente a prioridade máxima", afirmou o almirante John Aquilino, comandante do Comando Indo-Pacífico dos EUA (USINDOPACOM), perante o Comitê de Serviços Armados da Câmara dos Representantes do país.
"Articulei a exigência […], que é uma capacidade de defesa integrada de 360 graus contra ar e mísseis, para Guam, que protegeria nossos cidadãos e protegeria as forças de que precisamos, e isso inclui ameaças balísticas, hipersônicas e de mísseis de cruzeiro", disse.
Guam, um território insular dos EUA na Micronésia, com localização a cerca de 3 mil km da província de Fujian, na China continental, deve desempenhar um papel fundamental em uma invasão de Taiwan pela China, escreveu na quinta-feira (21) o jornal chinês South China Morning Post (SCMP).
O Exército dos EUA declarou precisar de US$ 7,2 bilhões (R$ 35,87 bilhões) para melhorar a infraestrutura "em ruínas" de Guam e se proteger contra o aquecimento global, e a Força Aérea dos EUA requisitou US$ 22 bilhões (R$ 109,6 bilhões) para objetivos semelhantes.
O Pentágono também quer criar no Indo-Pacífico uma rede contínua, com "postura de força regional que seja mais móvel, distribuída, resiliente e letal", para enfrentar a China, de acordo com Ely Ratner, secretário assistente de Defesa dos EUA para Assuntos de Segurança do Indo-Pacífico, em uma audiência da Câmara dos Representantes sobre as políticas militares dos EUA na região antes do financiamento para o ano fiscal de 2025.
Ao mesmo tempo, as Forças Armadas dos EUA enfrentam críticas, tais como serem o maior consumidor de energia em Guam e estarem isentas dos periódicos apagões e quedas de energia, disse James Moylan, delegado de Guam na Câmara dos Representantes dos EUA, que não está autorizado a votar no Congresso.
Além disso, citou, cerca de 40% das remessas que passam pelo porto são cargas militares, mas os caminhões das Forças Armadas dos EUA são os únicos que não precisam obedecer aos limites de peso, o que causa danos significativos às estradas.
O pedido de financiamento ocorre em um momento em que a China investe em mísseis ar-ar capazes de atacar muito além do alcance visual, em mísseis intercontinentais com carga convencional e em um número maior de ogivas nucleares, como parte das crescentes capacidades do Exército de Libertação Popular (ELP) do país, cita o SCMP.