Nesta quinta-feira (21), o Kremlin afirmou que a Rússia tomará medidas retaliatórias de acordo com seus próprios interesses e usará todos os mecanismos legais à sua disposição se a União Europeia levar os planos adiante.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, fez os comentários antes de uma reunião de líderes da UE na qual o assunto será discutido.
"Naturalmente, usaremos todos os mecanismos judiciais possíveis, aqueles que estão disponíveis agora e todos aqueles que estarão disponíveis no futuro […] e com base na reciprocidade não retaliaremos na mesma moeda, mas escolheremos métodos diferentes de uma forma que corresponda aos nossos próprios interesses", disse Peskov.
O planejamento feito por Borrell consiste no envio de uma proposta aos Estados-membros sob a qual seria enviado 90% das receitas para o Mecanismo Europeu para a Paz – que é usado principalmente para reembolsar os governos por compras militares com destino à Ucrânia.
Os restantes 10% seriam enviados para o orçamento regular da UE, acrescentou o diplomata, segundo a Bloomberg.
A Europa congelou mais de € 200 bilhões (R$ 1,085 trilhão) em ativos congelados e as receitas extraordinárias ascendem a cerca de € 2,5 bilhões (R$ 13,5 bilhões) a € 3 bilhões (R$ 16,9 bilhões) por ano, dependendo dos níveis das taxas de juros.
Alguns Estados-membros da UE ainda estão pressionando para ir mais longe e confiscar eles próprios os bens imobilizados da Rússia, mas existem obstáculos legais significativos para tal medida e resistência por parte de alguns países.
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou que a entrega dos rendimentos dos ativos russos bloqueados para apoio financeiro e militar ao governo ucraniano será considerada roubo.