O Comitê de Investigação da Rússia informou que iniciou um processo de investigação criminal para confirmar ação terrorista.
Há relatos de várias pessoas feridas no tiroteio que aconteceu nesta sexta-feira (22). O local pegou fogo, segundo o correspondente. O Serviço Federal de Segurança russo (FSB, na sigla em russo) confirmou que pessoas foram mortas no ataque, mas não há números oficiais.
Ainda segundo o correspondente da Sputnik que estava no local, após os suspeitos abrirem fogo, lançaram uma granada, que iniciou um incêndio.
"As pessoas no corredor deitaram-se no chão para escapar do tiroteio, ficaram ali por 15 a 20 minutos, depois disso começaram a rastejar para fora. Muitos conseguiram sair", explica.
Segundo o Ministério para Situações de Emergência na região de Moscou, os bombeiros resgataram cerca de 100 pessoas do Crocus City Hall.
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que toda a comunidade internacional precisa condenar a tragédia.
"Toda a comunidade mundial é obrigada a condenar este crime hediondo!", escreveu Zakharova em seu canal no Telegram.
"Eles agem como militantes preparados e treinados. Ao entrarem no prédio, os guardas e as pessoas que estavam nas portas foram mortos. Em seguida, a entrada principal foi bloqueada", disse uma testemunha que estava no local.
"Os terroristas estão armados com rifles de assalto AKM. Alguns carregam cargas de diversas munições. Pelo menos dois dos atiradores carregavam mochilas, possivelmente contendo coquetéis molotov", acrescentaram as testemunhas.
O diretor da banda que iria se apresentar no local afirmou que não viu os disparos, mas ouviu o barulho. "Agora está acontecendo uma tragédia. Pessoas com muito pouca roupa corriam para a rua", afirmou.
"Todos na banda com quem conseguimos falar estão bem. Não conseguimos entrar em contato com algumas pessoas, esperamos que elas também estejam bem", completou.
"Lamentamos saber do tiroteio em Moscou. […] seguimos monitorando a situação agora, entristecidos pelas vidas perdidas", disse o porta-voz das Nações Unidas à Sputnik.
"Foi criada uma força-tarefa no local da emergência […], todas as forças e meios estão sendo direcionados para o local do incidente, as informações sobre as vítimas estão sendo esclarecidas", informou a administração de Krasnogorsk, cidade da região de Moscou onde fica o Crocus City Hall.
Autoridades de saúde da região de Moscou informaram que 50 equipes de ambulância foram enviadas para o local do incêndio para fornecer tratamento aos feridos.
O governador da região de Moscou, Andrei Vorobiov, afirmou que está a caminho do edifício. "Todos os detalhes virão mais tarde", escreveu em seu canal no Telegram.
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, descreveu o tiroteio como uma "terrível tragédia".
"Hoje uma terrível tragédia aconteceu no Crocus City Hall", escreveu Sobyanin em seu canal no Telegram.
No início de março, a Embaixada dos Estados Unidos em Moscou sinalizou que estava monitorando relatos de que "os extremistas têm planos iminentes de atingir grandes reuniões em Moscou, incluindo concertos, e os cidadãos dos EUA devem ser aconselhados a evitar grandes reuniões nas próximas 48 horas".
Quando o alerta foi emitido pela primeira vez, causou espanto entre os observadores russos, uma vez que não havia informação pública que sugerisse a probabilidade de um ataque terrorista. A embaixada dos EUA ainda não esclareceu a que potencial ameaça terrorista se referia e de onde obteve a informação.
O que diz a Casa Branca
A Casa Branca comentou o ocorrido afirmando que os EUA estão cientes das informações sobre o tiroteio e que consideram as imagens da cena "horríveis".
Por conta do incidente, todos os eventos que poderiam reunir público foram cancelados em Moscou. A informação foi confirmada pelo prefeito.