Panorama internacional

'Fique quieto': Israel convoca enviado turco após Erdogan ameaçar Netanyahu

O ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, ordenou na sexta-feira (22) que o MRE convocasse o enviado da Turquia a Israel para uma "séria reprimenda" depois que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu "enviar Netanyahu a Alá".
Sputnik
Em um discurso na quinta-feira (21) durante um comício eleitoral, Erdogan prometeu "enviar [o premiê israelense Benjamin Netanyahu] a Alá para cuidar dele, torná-lo infeliz e amaldiçoá-lo", segundo o The Times of Israel.
O líder turco intensificou cada vez mais a sua retórica após o 7 de outubro, atacando Israel e o primeiro-ministro e dando o seu apoio aos palestinos.

"Instruí as autoridades a convocarem o vice-embaixador turco em Israel para uma séria reprimenda, após o sério ataque de Erdogan ao primeiro-ministro Netanyahu e suas ameaças de enviar o primeiro-ministro Netanyahu a Alá e de transmitir uma mensagem clara a Erdogan [...]. Não há Deus que dê ouvidos àqueles que apoiam as atrocidades e crimes contra a humanidade cometidos pelos seus bárbaros amigos do Hamas. Fique quieto e tenha vergonha!", afirmou o chanceler israelense.

Katz fez suas declarações no X (antigo Twitter), mesma rede social que usou para declarar o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, persona non grata após Lula afirmar que Tel Aviv está "praticando genocídio" na Faixa de Gaza, e que algo dessa forma só havia sido visto "na época do Holocausto".
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Um tempo antes, Erdogan havia dito algo similar, quando declarou que "Netanyahu e a sua administração, com os seus crimes contra a humanidade em Gaza, estão a escrever os seus nomes ao lado de Hitler, Mussolini e Stalin, como os nazis de hoje".
Na época, o premiê disse que o líder turco "não tinha moral" para o condenar, conforme noticiado.
Até o momento, mais de 32 mil pessoas foram mortas no enclave palestino e o local se aproxima de uma catástrofe humanitária total, na qual crianças já morrem de fome e cerca de 1,5 milhão de palestinos estão desabrigados, segundo autoridades locais. Do lado israelense, cerca de 1,350 foram mortos e 250 sequestrados.
A situação dos palestinos tende a piorar se Tel Aviv levar sua operação em Rafah adiante. Ao que tudo indica, isso pode acontecer, visto que Netanyahu disse ontem (22) que prosseguirá seu planejamento em Rafah "com ou sem a ajuda dos Estados Unidos".
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