Segundo a corporação, o assassinato foi "meticulosamente planejado" pelo delegado Rivaldo Barbosa, que assumiu o comando da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do crime, segundo consta em documentos das ordens de prisão contra os três, expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e cumpridas neste domingo (24).
Infiltrado, o miliciano, então, teria levantado que a vereadora pediu para a população não aderir a novos loteamentos situados em áreas de milícia.
Confirmação da PF valida apuração que a revista VEJA fez em 2020, quando apontou o cruzamento desses dados e costuras para tal.
Prisões
Uma operação conjunta da Procuradoria Geral da República (PGR), do Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro e da Polícia Federal (PF) prendeu neste domingo (24) três suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018.
Na manhã deste domingo, a PF prendeu Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Chiquinho Brazão, deputado federal do RJ pelo União Brasil, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio.
Além das três prisões, foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no TCE. Os agentes apreenderam documentos e levaram eletrônicos para perícia, uma vez que os investigadores ainda trabalham para definir a motivação do crime. Até o momento, de acordo com a apuração, a motivação está relacionada com a expansão territorial da milícia no Rio de Janeiro.
A inteligência da polícia indicava que eles já estavam em alerta nos últimos dias, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter homologado a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, preso desde 2019, sob acusação de ser um dos executores do crime.
Segundo Lessa, os mandantes do crime integram um grupo político poderoso no Rio de Janeiro com vários interesses em diversos setores no estado. Em sua delação, o assassino da vereadora deu detalhes de encontros com os supostos mandantes e ofereceu indícios sobre as motivações.