Um sinal político de Washington sobre uma possível recusa à compra de urânio russo difere das necessidades práticas dos Estados Unidos, disse o chefe da corporação nuclear estatal russa Rosatom, Aleksei Likhachev, nesta terça-feira (26).
"Até agora, o sinal político que vem de Washington, para dizer o mínimo, difere ligeiramente das atividades práticas das empresas norte-americanas", disse Likhachev à mídia russa à margem do fórum Atomexpo 2024 em Sirius, no sul da Rússia.
O chefe da Rosatom disse que os países hostis continuaram a cooperar com a corporação nuclear russa, acrescentando que os anúncios de Washington de possíveis restrições relacionadas com a eliminação progressiva do fornecimento de urânio russo prejudicaram o mercado global e empurraram os preços do urânio para cima.
"Em geral, o mercado perdeu, devemos ser honestos [...]. Perdeu apenas porque alguém em Washington quis anunciar futuras restrições contra a Rússia o mais rápido possível", disse Likhachev à emissora.
Ao mesmo tempo, a Rosatom cumpre os seus compromissos com os clientes estrangeiros, disse Likhachev, acrescentando que possíveis restrições externas contra a empresa não impediriam a sua presença nos mercados de países amigos.
"As restrições [por parte de países hostis] contra a Rosatom são, antes de mais nada, um sério golpe no custo dos seus próprios projetos nucleares", disse o chefe da corporação nuclear, citado pela comunicação social.
A Rússia controla atualmente quase 50% da capacidade global de enriquecimento de urânio. Os números oficiais dos EUA mostram que Washington importou US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 5,9 bilhões) em urânio enriquecido da Rússia em 2023, um recorde histórico.