A China iniciou um processo de solução de controvérsias contra Washington na Organização Mundial do Comércio (OMC) para assegurar seus interesses na indústria de veículos elétricos, disse a missão permanente chinesa na OMC nesta terça-feira (26).
Pequim afirmou que estava contestando "subsídios de natureza discriminatória" sob a Lei de Redução da Inflação dos EUA, que resultou na exclusão de produtos chineses e de outros países da OMC.
"Sob o disfarce de responder às alterações climáticas, reduzir as emissões de carbono e proteger o ambiente, [estes subsídios] dependem de fato da compra e utilização de bens dos Estados Unidos, ou importados de certas regiões específicas", disse a missão chinesa, segundo o The Washington Post.
Em Pequim, um porta-voz do Ministério do Comércio da China informou que instou Washington a "corrigir imediatamente as políticas industriais discriminatórias e a manter a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais para novos veículos energéticos".
A partir deste ano, os compradores norte-americanos não serão elegíveis para créditos fiscais de US$ 3.750 (R$ 18,7 mil) a US$ 7.500 (R$ 90,2 mil) se minerais críticos ou outros componentes de baterias forem fabricados por empresas chinesas, russas, norte-coreanas ou iranianas.
Os créditos fazem parte da Lei de Redução da Inflação de 2022, a legislação climática assinada pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
Sob a nova regra dos EUA, apenas 13 dos mais de 50 veículos elétricos à venda no país eram elegíveis para créditos fiscais, abaixo dos cerca de duas dúzias de modelos em 2023. Os fabricantes de automóveis têm lutado para adquirir peças que tornariam os seus modelos elegíveis para os créditos.
A China é o ator dominante em baterias para veículos elétricos e tem uma indústria automobilística em rápida expansão que poderá desafiar os fabricantes de automóveis estabelecidos no mundo à medida que se torna global. Sua força está nos veículos elétricos e suas empresas se tornaram líderes em tecnologia de baterias.