As agências de inteligência dos EUA não repassaram a seus colegas russos todas as informações que tinham sobre a ameaça de um ataque terrorista no Crocus City Hall por medo de revelar suas fontes, escreve na quinta-feira (28) o jornal norte-americano The New York Times.
"A relação conflituosa entre Moscou e Washington impediu que as autoridades dos EUA repassassem as informações sobre o plano [dos autores do atentado] além do necessário, por medo de que as autoridades russas pudessem tomar conhecimento de suas fontes ou métodos de inteligência", escreve a mídia, citando autoridades dos serviços de segurança europeus e dos EUA.
Aleksandr Bortnikov, diretor do Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em russo) da Rússia, disse que as informações sobre a preparação de um ataque terrorista na Rússia no início de março, transmitidas por Washington, eram de natureza geral, e que os serviços de inteligência russos estavam reagindo a elas. Ao mesmo tempo, ele notou que os dados dos EUA sobre ataques terroristas planejados nem sempre são específicos, e gostaria que eles contivessem mais detalhes.
O ataque à sala de concertos Crocus City Hall, em Krasnogorsk, perto de Moscou, ocorreu na noite de sexta-feira (22). Vários homens invadiram o prédio e começaram a atirar em pessoas à queima-roupa com fuzis automáticos. Eles também atearam fogo em vários pontos, o que fez com que o teto desabasse e o auditório fosse completamente queimado.
O Ministério para Situações de Emergência russo publicou na quarta-feira (26) uma nova lista de mortos no ataque, que inclui 143 nomes. De acordo com os dados mais recentes, 182 pessoas ficaram feridas. Foi aberto um processo criminal de "ataque terrorista".
Os autores do ataque, 11 cidadãos do Tajiquistão, foram detidos na madrugada de sábado (23) na região de Bryansk, Rússia. Eles estavam viajando de carro em direção à fronteira. O Tribunal de Basmanny, em Moscou, decidiu a sua prisão preventiva até 22 de maio.