Há "motivos razoáveis" para acreditar que Israel está "cometendo o crime de genocídio contra os palestinos como grupo [étnico] em Gaza", disse na quarta-feira (27) a relatora especial das Nações Unidas sobre direitos humanos nos territórios palestinos, citada pela emissora norte-americana CNN.
"Israel cometeu três atos de genocídio com a intenção necessária: matar membros do grupo [étnico], causar danos físicos ou mentais graves a membros do grupo e infligir deliberadamente ao grupo condições de vida calculadas para provocar sua destruição física total ou parcial", disse Francesca Albanese em uma coletiva de imprensa, que se seguiu à apresentação de seu último relatório, chamado "Anatomia de um Genocídio", ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
Israel, por sua vez, respondeu que "rejeita totalmente" o relatório, que, segundo ele, "envergonha" o Conselho de Direitos Humanos.
Não é "nenhuma surpresa que a premissa desse relatório seja que a criação do Estado judeu em 1948 foi um ato de 'colonialismo de colonos' e que o genocídio é uma 'parte inerente' desse ato", comentou a missão permanente de Israel na ONU em Genebra.
A declaração também acusou Albanese de "deslegitimar a própria criação e existência do Estado de Israel".
Até o momento, mais de 32 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza, e a região se aproxima de uma catástrofe humanitária total, na qual crianças já morrem de fome e cerca de 1,5 milhão de palestinos estão desabrigados, segundo as autoridades locais. Do lado de Israel, cerca de 1.350 foram mortos e 250 sequestrados.