"A fadiga e a privação de sono entre os militares da ativa continuam a ser mais a regra do que a exceção", escreveram investigadores do Government Accountability Office (GAO) em conclusões divulgadas ao Congresso na última terça-feira (26). "A deficiência causada pela fadiga pode ser equivalente aos efeitos da intoxicação alcoólica e aumenta o risco de colisões e acidentes", aponta o órgão responsável por auditoria, avaliações e investigações do Congresso dos Estados Unidos.
Estudos anteriores realizados por funcionários do Departamento de Defesa mostraram que o pessoal da ativa tem duas vezes mais probabilidade do que os seus homólogos civis de dormir menos de sete horas por noite, levando a um risco grande de acidentes e erros nas tarefas diárias.
De acordo com o portal Air Force Times, o novo estudo afirma que pouco progresso foi feito em relação ao problema nos últimos anos, apesar de os responsáveis militares terem prometido que a questão seria levada a sério.
A pesquisa com oficiais militares realizada pelo GAO revelou que mais de um em cada quatro entrevistados dormia seis horas ou menos por noite, e metade de todos os entrevistados classificaram a qualidade do sono como ruim ou extremamente ruim.
Entre os problemas foram relatadas longas horas passadas no trabalho, destacamentos que interromperam os padrões de sono e problemas médicos do serviço militar que afetaram a capacidade de descanso das tropas.
O relatório, no entanto, considerou promissores alguns projetos e diretrizes de alguns serviços militares individuais concebidos para ajudar no descanso das tropas, mas observou que os esforços não são generalizados e que, portanto, conduzem a resultados incompletos e que por ora não podem ser analisados.
Em 2021, investigadores do Departamento de Defesa delinearam várias recomendações para resolver o problema, incluindo a adoção de novos horários de serviço para garantir oito horas de sono, enfatizando a importância do tema para os líderes militares norte-americanos.
O novo estudo, porém, revela que é preciso avançar com as mudanças atrasadas e designar líderes dentro das Forças Armadas e do Pentágono para conduzir tais esforços, uma vez que as autoridades de defesa geralmente concordaram com as ideias, mas não forneceram nenhum cronograma de aplicação ou não informaram se as mudanças seriam feitas, segundo investigadores do GAO.