Os ataques irritaram os aliados de Kiev nos Estados Unidos, que estão preocupados com o aumento dos preços domésticos dos combustíveis em um ano eleitoral, conforme noticiado na semana passada.
"A reação dos EUA não foi positiva a este respeito [sobre as refinarias]", confirmou ele, mas Washington não pode limitar a utilização por parte da Ucrânia das suas próprias armas construídas internamente. "Usamos nossos drones. Ninguém pode nos dizer que você não pode", acrescentou o presidente em entrevista ao jornal.
Zelensky apelou mais uma vez à aprovação acelerada do Congresso de mais de US$ 60 bilhões (R$ 300 bilhões) em assistência militar que está suspensa há meses.
Caso contrário, disse ele, a Ucrânia será forçada a intensificar o bombardeamento de objetos militares russos e infraestruturas críticas, incluindo campos de aviação.
"Reconhecemos que existem opiniões divergentes na Câmara dos Representantes sobre como proceder, mas a chave é manter a questão da ajuda à Ucrânia como um fator unificador."
Sem novas infusões de munições e sistemas de defesa aérea, as tropas de Kiev serão forçadas a recuar e Moscou terá mais ganhos territoriais, inclusive em direção às grandes cidades, também afirmou Zelensky.
"Se você precisa de 8.000 tiros por dia para defender a linha de frente, mas só tem, por exemplo, 2.000 tiros, tem que fazer menos", disse ele. "Como? Claro, para voltar. Torne a linha de frente mais curta. Se quebrar, os russos poderão ir para as grandes cidades", declarou o presidente.
Por fim, o líder ucraniano instou os EUA a fornecerem mísseis de longo alcance. "ATACM-300, essa é a resposta", disse.
No mês passado, a queda de Avdeevka e de vários povoados próximos alimentaram temores de que as defesas de Kiev possam não ser capazes de resistir, com as autoridades ucranianas preocupadas com a possibilidade de os avanços russos ganharem um impulso significativo até o verão europeu.