Utilizando a tecnologia de ponta do superlaboratório Sirius, os agentes estão em busca do "DNA do ouro", uma identificação para rastrear amostras que podem ter sido extraídas ilegalmente, incluindo crimes cometidos em por invasores em territórios originários.
A operação, que ocorre em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) em Campinas (SP), concentra-se na análise de 57 amostras de ouro, muitas das quais suspeitas de serem de origem ilícita.
O diretor-geral do CNPEM, Antônio José Roque da Silva, explicou ao portal G1 que o ouro carrega impurezas de maneira distinta, dependendo de sua origem, e que o Sirius tem a capacidade de identificar essas características com precisão, fornecendo informações sobre o local de origem do metal.
Segundo o Instituto Escolhas, uma organização dedicada à investigação de atividades ilegais relacionadas ao ouro, até 54% da produção nacional pode ser de origem ilegal.
Os resultados dessas análises serão comparados com o banco de dados do Banpa, criado pela Polícia Federal em 2021, para aumentar a precisão na identificação da origem do ouro. Os peritos da PF destacam que essa abordagem melhorará significativamente a qualidade dos dados gerados nos laudos, possibilitando uma análise mais eficaz.
Além disso, a expectativa é desenvolver um sistema que permita identificar a origem do ouro mesmo após processos como fundição e fabricação de joias, aumentando ainda mais a eficácia do combate ao comércio ilegal.
A extração ilegal de ouro é um problema crescente no Brasil, com a área dos garimpos dobrando de tamanho na Amazônia entre 2012 e 2022. O uso de máquinas pesadas, legislação conivente e a valorização do preço do ouro são principais impulsionadores desse aumento.