Panorama internacional

Israel: Al Jazeera pode ser expulsa do país após aprovação de lei contra mídia estrangeira

O Parlamento de Israel aprovou na última semana um projeto de lei que permite fechar redes de notícias estrangeiras consideradas de risco à segurança do país. Ao todo, foram 71 votos favoráveis e apenas dez contrários.
Sputnik
Diante da nova legislação, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu nesta segunda-feira (1º) "agir imediatamente" para encerrar as operações da Al Jazeera no país. "A Al Jazeera não será mais transmitida de Israel. Pretendo agir imediatamente de acordo com a nova lei para interromper a atividade do canal", declarou.
Conforme Netanyahu, o canal do Catar possui viés anti-Israel. A medida já gerou preocupação até dos aliados mais próximos do país judeu, como os Estados Unidos. A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, comentou a mudança: "A liberdade de imprensa é importante. E se esses relatos forem verdadeiros, é preocupante para nós", disse a um repórter da emissora.
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Censura e hostilidade

Já o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês) classificou à rede árabe de televisão que a lei israelense representa "uma ameaça significativa para a mídia internacional", além de contribuir com a censura e hostilidade do trabalho jornalístico, "tendência que se intensificou desde o início da guerra Israel-Gaza".
Um dos poucos canais de mídia internacional que faz transmissões em tempo real de Gaza durante o conflito, a Al Jazeera é acusada pelo ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, de ter posicionamento a favor do Hamas no conflito. A emissora conta com escritórios na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, e em maio de 2022 teve a jornalista Shireen Abu Akleh morta durante a cobertura de uma operação militar israelense no território palestino, segundo o canal.
"A legislação foi aprovada enquanto Netanyahu enfrenta enormes protestos contra sua condução da guerra em Gaza e as falhas de segurança que não detectaram os ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro no sul de Israel", ressaltou a emissora.
Em quase seis meses, o conflito já provocou quase 33 mil mortes em Gaza. No último fim de semana, cerca de 100 mil pessoas foram às ruas em Israel e pediram a convocação de novas eleições, além da saída imediata de Netanyahu do poder.
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