"Dina Ercilia Boluarte Zegarra é incriminada em sua condição de ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social e, depois, como presidente da República por ter omitido em sua declaração juramentada de renda e bens correspondente aos anos de 2021–2023 os três relógios da marca Rolex, avaliados […] aproximadamente em US$ 32 mil [R$ 161 mil]", indica o relatório.
O documento judicial é feito pelo Supremo Tribunal de Investigação Preparatória de Lima, com base em informações fornecidas pelo Ministério Público, que investiga um suposto enriquecimento ilícito e falsidade na declaração de bens por parte da presidente, que enfrenta um turbulento mandato.
Em 2021 e 2022, Boluarte atuava como ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social, ao mesmo tempo que ocupava o cargo de vice-presidente da República, ao qual foi eleita no pleito de 2021 na chapa do ex-presidente Pedro Castillo, que sofreu impeachment em 2022.
Em dezembro de 2022, Castillo foi destituído pelo Congresso, quando o cargo passou a ser ocupado pela então vice-presidente Boluarte.
Na última quinta-feira (28), o Ministério Público vasculhou a casa de Boluarte em busca de evidências dos relógios de luxo. Posteriormente, a mandatária alegou ser vítima de uma "perseguição política", apesar de não ter apresentado provas que apontem a origem lícita dos itens.
Segundo pedido de destituição
Parlamentares apresentaram um segundo pedido de destituição da presidente Dina Boluarte por conta do escândalo de corrupção relacionado à posse dos relógios de luxo.
"Os congressistas da República que assinam […] apresentam à representação nacional a seguinte moção de vacância contra a senhora Dina Ercilia Boluarte Zegarra […] devido à sua permanente incapacidade moral ou física para chefe de Estado", indica o documento apresentado à mesa diretora do Parlamento.
A moção é assinada por 25 legisladores dos partidos Peru Livre, Bloco Magisterial, Peru Bicentenário, Ação Popular, Mudança Democrática — Juntos pelo Peru, entre outros partidos da esquerda e centro-esquerda do país.