"Até o termo 'lado oriental da OTAN' apareceu em discursos dos líderes e documentos do bloco, incluindo para todos os países da Europa Oriental que fazem fronteira com a Rússia e aliados. Belarus, bem como a Romênia e, mais recentemente, a Suécia e a Finlândia", disse Patrushev durante a conversa em ocasião do 75º aniversário da criação do bloco de guerra.
"Os líderes da aliança não escondem o fato de que as maiores manobras militares perto das fronteiras russas desde o colapso da União Soviética, 'Steadfast Defender 2024', que estão sendo realizadas na Europa, visam precisamente 'conter a Rússia'. Só no ano passado, a OTAN e os seus Estados-membros realizaram 130 coligações e mais de mil exercícios militares nacionais. Vejam, não em uma década, mas em um ano, 2023", apontou.
Além disso, o secretário acrescentou que os planos dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) incluem preservar a Ucrânia, ou pelo menos parte dela, "como um território antirrusso inteiramente sob o seu controle, completamente dedicado a servir os interesses do bloco".
Patrushev disse ainda que existem provas irrefutáveis de que Kiev, por instigação dos EUA e da OTAN, após o golpe de fevereiro de 2014 na Ucrânia, pretendia resolver o problema com as regiões "teimosas" com extrema dureza e força.
'A OTAN treina mercenários em vários países'
"Instrutores da OTAN estão treinando mercenários e sabotadores em vários países para participação em operações antirrussas", disse Patrushev.
Segundo sublinhou o secretário, o bloco de guerra participa ativamente na organização de bombardeamentos de territórios russos e toma decisões sobre novas entregas de armas com maiores capacidades de longo alcance para Kiev.
"Na verdade, a Aliança Atlântica faz parte do conflito ucraniano", ponderou. Segundo Patrushev, a recente declaração do chefe do Comitê Militar da OTAN, Rob Bauer, sobre a preparação do bloco para um conflito aberto com Moscou, está em linha com todas as suas políticas.
"Em março, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, apresentou um relatório anual sobre as atividades da organização durante o ano passado. Todo o documento se centraliza na tarefa principal de 'conter' a Rússia e, nomeadamente, a China, o que significa que a Aliança Atlântica não hesitou em ir além do seu mandato geográfico e declarar abertamente as suas ambições globais", afirmou o chefe do Conselho de Segurança russo.
Os objetivos estratégicos a longo prazo dos Estados Unidos, do Reino Unido e dos "países do Ocidente coletivo sob o controle deles", conforme insistiu Patrushev, são "enfraquecer o nosso país como concorrente econômico e político e, subsequentemente, eliminá-lo do mapa político".
"Por essa razão, responsáveis em Bruxelas identificaram o nosso país como a principal fonte de ameaças à segurança europeia e consagraram-no explicitamente no conceito estratégico da OTAN", finalizou o responsável pelo Conselho de Segurança.