Panorama internacional

China não ficará de 'braços cruzados' com políticas comerciais injustas, diz Xi Jinping a Biden

A China não ficará de "braços cruzados" às tentativas dos Estados Unidos de suprimir o desenvolvimento de altas tecnologias chinesas e de minar seu progresso, disse nesta terça-feira (2) o presidente Xi Jinping ao seu homólogo dos EUA, Joe Biden, durante uma conversa telefônica.
Sputnik

"Se os EUA quiserem realizar uma cooperação mutuamente benéfica e partilhar conjuntamente os dividendos do desenvolvimento da China, as portas da China estarão sempre abertas. Se os EUA insistirem em suprimir o desenvolvimento de alta tecnologia da China e em privar a China do seu legítimo direito de se desenvolver, não permaneceremos calados sem fazer nada", disse Xi, citado pela agência de notícias Xinhua.

Ainda segundo a imprensa chinesa, Biden respondeu que o desenvolvimento da China é benéfico para todo o mundo e que Washington não pretende minar o desenvolvimento de Pequim ou romper os laços bilaterais.
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A questão de Taiwan é 'linha vermelha' nas relações entre China e EUA

Ainda segundo o jornal chinês, Xi Jinping disse ao seu homólogo estadunidense que Pequim não fechará os olhos ao apoio externo às forças separatistas na ilha de Taiwan:

"O presidente Xi Jinping enfatizou que a questão de Taiwan é a primeira linha vermelha que não deve ser ultrapassada nas relações China-EUA. Diante das atividades separatistas de 'independência de Taiwan' e do estímulo e apoio externo a elas, a China não vai ficar de braços cruzados. Ele instou o lado dos EUA a traduzir o compromisso do presidente Biden de não apoiar a independência de Taiwan em ações concretas", diz a agência, citando as palavras do líder chinês.

A mídia relata que Biden reafirmou que Washington reconhece a política de uma só China, bem como a importância da paz e da estabilidade no estreito de Taiwan. Também reiterou que seu governo não busca uma nova Guerra Fria nem mudar o sistema da China.
Esta foi a primeira vez que Xi Jinping e Biden conversaram por telefone desde julho de 2022, quando as tensões entre Washington e Pequim se intensificaram devido a uma viagem da então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha em agosto daquele ano.
A China, que considera a ilha uma das suas províncias, condenou a visita de Pelosi, vendo nessa medida o apoio dos EUA ao separatismo taiwanês, realizando exercícios militares em grande escala.
As relações oficiais entre o governo central da China e a província insular foram interrompidas em 1949, depois que as forças do Kuomintang lideradas por Chiang Kai-shek, derrotadas na guerra civil com o Partido Comunista Chinês, se mudaram para Taiwan.
Os contatos comerciais e informais entre a ilha e a China continental foram retomados no final da década de 1980. Desde o início da década de 1990, as partes começaram a se comunicar através de organizações não governamentais — a Associação para as Relações entre os Dois Lados do Estreito de Taiwan (ARATS, na sigla em inglês), a Associação de Pequim para o Desenvolvimento das Relações através do Estreito de Taiwan e a Fundação para o Intercâmbio no Estreito (SEF, na sigla em inglês).
Pequim reivindica o território autogovernado, que um dia se reunificará com a parte continental como uma parte integrante da China, e cita a política de uma só China acordada a nível internacional nos anos 1970.
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