"[É preciso] fazer com que o crime não seja uma atividade compensadora. E isso ocorre quando as leis são rígidas o suficiente para ele. E não é isso efetivamente que nos preocupa, mas também o crime tem de ser uma atividade de risco. Se cometer o crime, que a pena seja muito grande. O risco de um criminoso ser preso é muito pequeno. Então se torna uma atividade compensadora nesse aspecto. […] o nosso trabalho tem de ser fomentar uma política que traga condições, seja para a Polícia Militar, seja para que a Polícia Civil possa entender quais são os fluxos que esses crimes têm", afirmou.
Segundo ele, a desigualdade social está relacionada à segurança pública e, para ampliar a proteção da sociedade como um todo, é preciso repensar as estruturas desiguais do Brasil.
Além disso, ele ressaltou que apesar de o tema ser uma demanda estadual, é preciso haver participação por parte do ente federal. "É função do governo federal formular políticas."
"Nós só vamos defender a criminalidade organizada se todas as nossas agências se despirem de […] vaidades e trabalharmos de forma absolutamente organizada."
Ele afirmou que o crime organizado não é pauta somente do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e dos ministérios públicos, mas também das polícias Civil e Militar, bem como da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Receita Federal.
"Não podemos combater o crime se não olharmos para a lavagem de dinheiro."
Sarrubbo ainda ressaltou a importância do uso de câmeras nos fardamentos policiais ao redor do Brasil como forma de melhorar a produtividade contra a criminalidade, além de proteger os próprios agentes de segurança pública.
"A ditadura acabou. Hoje vivemos numa democracia e [em] um sistema de justiça forte que respeita os direitos humanos. E hoje é a nossa premissa, do Estado Democrático de Direito."
O secretário disse que é preciso cuidar da lavagem de dinheiro, feita muitas vezes por fintechs brasileiras, e com o apoio das próprias corporações.
"Temos, sim, que combater a corrupção de agentes públicos. Eles estão [a corrupção e o crime organizado] intimamente ligados. Não há crime organizado sem a participação de agentes públicos", concluiu.
Já o secretário de Produtos de Defesa, do Ministério da Defesa, Rui Chagas Mesquita, afirmou que a produção militar mundial tem relação com o cenário geopolítico vigente.
Ele exemplificou que, desde o início do conflito na Ucrânia, houve aumento na exportação.
"Os fatores políticos e geopolíticos estão impactando no processo [de produção militar]."
Mesquita também defendeu que a atual gestão federal pretende ampliar a autonomia e a soberania, a fim de fazer o mínimo para a defesa do Estado.
O secretário exemplificou que nações como China e Rússia têm produto interno bruto (PIB) forte muito em detrimento da exportação de equipamentos militares.
"Não podemos depender do exterior, de forças externas para produzir o mínimo da nossa defesa."