Um inquérito, publicado nesta terça-feira (2) e realizado pelo Instituto ISEAS-Yusof Ishak, mostra a popularidade da China em uma corrida "tête-à-tête" com os Estados Unidos subindo de 38,9% no ano passado para 50,5% neste ano.
A pesquisa de 2023 mostrou que 38,9% preferiram a China e 61,1% escolheram os EUA. A sondagem foi realizada entre 3 de janeiro e 23 de fevereiro, coletando respostas de 1.994 pessoas.
Entre os entrevistados, 33,7% eram do setor privado; 24,5% do governo; 23,6% da academia, grupos de reflexão e instituições de pesquisa; 12,7% de organizações não governamentais e meios de comunicação; e os restantes 5,6% de organizações regionais ou internacionais.
Entre os dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), o possível alinhamento com os chineses foi mais evidente entre os entrevistados da Malásia, com 75,1%, seguido pela Indonésia e Laos com 73,2% e 70,6%, respectivamente.
"A confiança nos EUA diminuiu. Isso pode ser atribuído em parte à crescente rivalidade entre a China e os EUA, que levou a um aumento da ansiedade relativamente à crescente influência estratégica e política dos EUA", afirma o relatório.
Em análise, a Bloomberg acredita que as nações do Sudeste Asiático abraçaram amplamente Washington como uma presença de segurança necessária, mas a região também conta com Pequim como um importante financiador e parceiro comercial, em uma altura em que os líderes regionais procuram novos investimentos para reforçar as suas próprias economias.
Os habitantes do Sudeste Asiático também estão "cada vez mais inseguros" sobre a eficácia do Quadro Econômico Indo-Pacífico para a Prosperidade (IPEF, na sigla em inglês), um esforço liderado pelos EUA para aumentar o comércio que tem sido criticado pela sua falta de acesso significativo ao mercado, relata a mídia.
Em termos gerais, "há um sentimento crescente de otimismo entre os asiáticos do sudeste relativamente às suas futuras relações com a China", afirma o relatório, acrescentando que "as Filipinas emergiram como as mais cautelosas".
A última sondagem também coloca o conflito Israel-Hamas no topo da lista de preocupações geopolíticas da região, com uma grande proporção de entrevistados preocupados com o fato de "o ataque de Israel a Gaza estar indo longe demais".
Quase um terço dos inquiridos receava que a guerra no Oriente Médio catalisasse o aumento de atividades extremistas, enquanto a diminuição da confiança no direito internacional e em uma ordem baseada em regras era a segunda principal preocupação.
"[...] apesar da distância geográfica, o conflito repercutiu fortemente nesta região diversificada, multirracial e multirreligiosa", afirma a pesquisa.
China se opõe à relatório dos EUA
Também nesta terça-feira (2), o Ministério do Comércio da China disse que se opõe firmemente ao Relatório de Estimativa Comercial Nacional dos EUA sobre Barreiras ao Comércio Exterior, divulgado em 31 de março, que disse "listar a China como um país de principal preocupação".
O documento "não forneceu nenhuma evidência para provar que as políticas e práticas relevantes da China violavam as regras da Organização Mundial do Comércio [OMC], mas acusou arbitrariamente a China de ter as chamadas políticas e práticas 'não mercantis' e barreiras em produtos agrícolas e políticas de dados", disse um porta-voz do ministério em comunicado, citado pela Reuters.
Os EUA deveriam parar de fazer "falsas acusações" contra outros países, respeitar as regras da OMC e manter uma ordem comercial internacional justa, acrescentou o porta-voz.