"Foi notada a disponibilidade para um diálogo sobre a Ucrânia. Os pontos de partida poderiam basear-se na Iniciativa de paz de Istambul. Não faz sentido realizar uma reunião em Genebra sem a Rússia", afirmou o ministério da Defesa russo em comunicado.
Os ministros conversaram por telefone nesta quarta-feira (3). Além das tratativas sobre o possível envio de tropas francesas à Ucrânia, Lecornu expressou solidariedade pelo ataque terrorista ao Crocus City Hall.
Segundo o Ministério da Defesa russo, Lecornu persistiu na tentativa de convencer Shoigu de que a Ucrânia e o Ocidente não estavam envolvidos no ataque, e culpou exclusivamente o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).
"O regime de Kiev não faz nada sem a aprovação dos seus supervisores ocidentais. Contamos com o fato de que, neste caso, os serviços de segurança franceses não estejam por trás disso", afirmou a Defesa russa.
A tensão entre os países cresceu desde que o presidente francês, Emmanuel Macron, cogitou a possibilidade de enviar soldados à Ucrânia.
Apesar de recentemente ter negado o envio, Macron reforçou que a opção não está totalmente desconsiderada em sua cruzada para impedir uma vitória russa. Os comentários do presidente francês irritaram seu aliado europeu mais importante, o chanceler alemão, Olaf Scholz.
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, também voltou a chamar a atenção sobre a possibilidade do envio de tropas francesas à Ucrânia. Segundo ela, a França pode mobilizar 1,5 mil soldados e transferi-los para o território ucraniano ainda neste mês.
A ligação desta quarta-feira entre os MDs de Rússia e França foi a primeira nos últimos 18 meses, realizada por iniciativa da parte francesa.