Operação militar especial russa

Por que a tentativa da OTAN de assumir o controle do Grupo de Defesa da Ucrânia parece inviável

Uma aeronave do Sistema de Alerta e Controle Aerotransportado da OTAN (AWACS, na sigla em inglês)
O grupo foi formado no início de 2022 para reforçar militarmente a Ucrânia, mas já dá sinais de colapso. A última reunião, no final de janeiro, terminou sem a aprovação de qualquer financiamento dos EUA para a Ucrânia.
Sputnik
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) pretende assumir o controle do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia (UDCG, na sigla em inglês), liderado pelos EUA, que coordena o envio de armas a Kiev, informou o Politico, citando fontes não identificadas.
A questão será discutida durante a reunião dos ministros das Relações Exteriores da OTAN em Bruxelas, nesta quarta (3) e quinta-feira (4), e espera-se que seja finalizada na cúpula de líderes da OTAN em Washington, em julho.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, durante conferência de imprensa para apresentar o relatório anual da organização sobre 2023, na sede da OTAN, em Bruxelas. Bélgica, 14 de março de 2024
Panorama internacional
Ante eventual volta de Trump, OTAN corre para aprovar medidas que deixam ajuda a Kiev sob sua chefia

Término do financiamento dos EUA para a Ucrânia

Em dezembro, o Departamento de Defesa dos EUA sinalizou que não seria capaz de enviar quaisquer armas adicionais dos seus arsenais para Kiev até que o Congresso destinasse fundos adicionais. Embora o Senado tenha aprovado um pacote suplementar de US$ 95 bilhões (cerca de R$ 481,8 bilhões), incluindo fundos adicionais para a Ucrânia, a legislação está paralisada na Câmara há meses.
Em segundo lugar, com a queda dos índices de aprovação de Joe Biden, existe um cenário de possível reeleição, no início de novembro, do ex-presidente Donald Trump, que tem repetidamente repreendido os membros da OTAN por não terem cumprido as suas obrigações financeiras para com a aliança.
De acordo com o The New York Times, há "uma enorme incerteza e ansiedade" em toda a Europa e entre os "apoiadores norte-americanos do papel tradicional da política externa do país" de que, se reeleito, Trump possa retirar os EUA da OTAN.
Panorama internacional
É 'apenas uma questão de tempo' até que a OTAN entre na Ucrânia, diz analista

Desentendimentos dentro da Aliança Atlântica

Outro fator que pode complicar o controle do organismo pela OTAN é a situação atual de alguns membros, como a Hungria, que se opõem ao fornecimento de armas à Ucrânia.
Além disso, há alegadamente pessoas no Ocidente que têm sido cautelosas em relação a quaisquer medidas que impliquem o papel direto da OTAN no conflito na Ucrânia. Moscou alertou repetidamente que a ajuda militar dos EUA e dos seus aliados da OTAN a Kiev torna a aliança uma parte do impasse.

Eleições que impactam as políticas da UE

Por último, mas não menos importante, nas próximas eleições para o Parlamento Europeu de 2024 é possível que haja "uma grande mudança para os partidos populistas de direita em muitos países", de acordo com o Conselho Europeu de Relações Exteriores.
Tal cenário "provavelmente terá consequências significativas para as políticas a nível europeu" e "afetará as escolhas de política externa que a União Europeia [UE] possa fazer", especialmente as relativas à Ucrânia, destacou o conselho.
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!

Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a cnteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.

Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).

Comentar