A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) pretende assumir o controle do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia (UDCG, na sigla em inglês), liderado pelos EUA, que coordena o envio de armas a Kiev, informou o Politico, citando fontes não identificadas.
A questão será discutida durante a reunião dos ministros das Relações Exteriores da OTAN em Bruxelas, nesta quarta (3) e quinta-feira (4), e espera-se que seja finalizada na cúpula de líderes da OTAN em Washington, em julho.
Término do financiamento dos EUA para a Ucrânia
Em dezembro, o Departamento de Defesa dos EUA sinalizou que não seria capaz de enviar quaisquer armas adicionais dos seus arsenais para Kiev até que o Congresso destinasse fundos adicionais. Embora o Senado tenha aprovado um pacote suplementar de US$ 95 bilhões (cerca de R$ 481,8 bilhões), incluindo fundos adicionais para a Ucrânia, a legislação está paralisada na Câmara há meses.
Em segundo lugar, com a queda dos índices de aprovação de Joe Biden, existe um cenário de possível reeleição, no início de novembro, do ex-presidente Donald Trump, que tem repetidamente repreendido os membros da OTAN por não terem cumprido as suas obrigações financeiras para com a aliança.
De acordo com o The New York Times, há "uma enorme incerteza e ansiedade" em toda a Europa e entre os "apoiadores norte-americanos do papel tradicional da política externa do país" de que, se reeleito, Trump possa retirar os EUA da OTAN.
Desentendimentos dentro da Aliança Atlântica
Outro fator que pode complicar o controle do organismo pela OTAN é a situação atual de alguns membros, como a Hungria, que se opõem ao fornecimento de armas à Ucrânia.
Além disso, há alegadamente pessoas no Ocidente que têm sido cautelosas em relação a quaisquer medidas que impliquem o papel direto da OTAN no conflito na Ucrânia. Moscou alertou repetidamente que a ajuda militar dos EUA e dos seus aliados da OTAN a Kiev torna a aliança uma parte do impasse.
Eleições que impactam as políticas da UE
Por último, mas não menos importante, nas próximas eleições para o Parlamento Europeu de 2024 é possível que haja "uma grande mudança para os partidos populistas de direita em muitos países", de acordo com o Conselho Europeu de Relações Exteriores.
Tal cenário "provavelmente terá consequências significativas para as políticas a nível europeu" e "afetará as escolhas de política externa que a União Europeia [UE] possa fazer", especialmente as relativas à Ucrânia, destacou o conselho.