A Polícia Federal (PF) informou nesta quinta-feira (4) que recapturou os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, após 50 dias de buscas. Segundo a PF, eles foram capturados por policiais federais na cidade de Marabá, no estado do Pará.
Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, escaparam no dia 14 de fevereiro, na primeira fuga já registrada em um presídio federal. Desde então, foram realizadas buscas que mobilizaram cerca de 600 agentes da PF, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Força Nacional e a Força Nacional Penal, além de policiais dos estados de Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Goiás. Na semana passada, a Força Nacional deixou as operações de busca, que ficaram ao encargo de policias federais e civis.
Rogério e Deibson são naturais do Acre e estavam presos desde setembro de 2023, por integrarem a facção criminosa Comando Vermelho. Para fugir da penitenciária, foram usadas ferramentas para abrir um buraco nas celas individuais dos presos. Falhas nos equipamentos de segurança, como o sistema de monitoramento, possibilitaram a fuga.
Responsável por gerir as cinco penitenciárias federais do Brasil, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou no dia seguinte à fuga um interventor para a unidade.
A Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), que integra a pasta, determinou o afastamento preventivo dos chefes das divisões de inteligência, de segurança e administrativa da Penitenciária Federal de Mossoró. Durante as investigações, a PF prendeu oito pessoas suspeitas de auxiliar na fuga dos detentos.
No início de março, os fugitivos invadiram uma propriedade na zona rural de Baraúna (RN) e agrediram um agricultor que estava sozinho no local.
Inaugurada em julho de 2009, a Penitenciária Federal de Mossoró fica a 277 km da capital do Rio Grande do Norte, Natal. A unidade é projetada para receber até 208 presos, e o local é uma reprodução do modelo de unidades de segurança máxima norte-americanas, conhecidas como "Supermax", conforme descrição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).