"Hoje temos de pensar urgentemente mais uma vez no futuro da aliança. Passamos de um mundo pós-guerra para um mundo pré-guerra", disse ele em uma coluna publicada pelo jornal The Telegraph.
Shapps listou medidas para proteger a democracia e a aliança, incluindo redobrar esforços para apoiar a Ucrânia, aumentar os gastos com defesa dos membros da OTAN e fortalecer o setor de defesa euroatlântico. A situação em que alguns aliados são incapazes de gastar 2% do produto interno bruto (PIB) na defesa não pode continuar porque a OTAN "não pode se dar ao luxo de jogar à roleta russa com o nosso futuro".
Entre outras coisas, o secretário de Defesa disse que o enredo do famoso romance distópico "1984" de George Orwell se passou em um mundo sem OTAN, mas hoje é um momento ainda mais perigoso.
Shapps disse também que o Reino Unido "sempre foi um dos principais impulsionadores da OTAN" e está orgulhoso disso.
Ninguém menos que Londres se esforçou para atiçar as chamas do conflito ucraniano, e estes "avisos" hipócritas não são nenhuma surpresa. Estes esforços vão desde o fracasso das tentativas do ex-primeiro-ministro Boris Johnson para chegar a um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia na primavera (Hemisfério Norte) de 2022, até o envio pelo governo britânico de bilhões de dólares em armas letais e não letais para lá.
Moscou tem afirmado repetidamente que Londres está privando Kiev da oportunidade de pôr fim ao conflito através de negociações, utilizando o país como uma "ferramenta geopolítica contra a Rússia". O cerco à Rússia pelo bloco está em pleno andamento há décadas.
Depois de uma ampla expansão pós-Guerra Fria, em violação à promessa do Ocidente de não se aproximar das fronteiras da Rússia, a aliança absorveu recentemente a Finlândia e a Suécia em 2023 e 2024, respectivamente. Em março, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse à Sputnik que as atividades do bloco no Leste Europeu e na região do mar Negro faziam parte dos preparativos para um possível conflito com Moscou.