"Embora esta visita não tenha sido programada a princípio, não queríamos deixar de aproveitar a oportunidade para dar as boas-vindas à Argentina ao general Richardson", disse Milei ao chegar a Ushuaia com o chefe militar. O anúncio foi divulgado pelo executivo argentino na conta oficial da plataforma X (antigo Twitter).
Segundo ele, a iniciativa consistirá em um centro logístico e no porto de desenvolvimento mais próximo da Antártica, que permitirá fortalecer a economia local e dar serviço logístico, abastecimentos e apoio aos cruzeiros comerciais que operam no Atlântico Sul e aos programas científicos antárticos internacionais, entre outros benefícios.
A cerimônia marcou a transferência de uma C-130H (aeronave de transporte militar) dos EUA para a Força Aérea argentina. A aeronave, avaliada em aproximadamente US$ 34 milhões (R$160 milhões), faz parte de uma doação de assistência à segurança financiada pelos EUA, de acordo com o governo americano.
Na conta do X do Comando Sul dos EUA, o post enfatiza que os EUA "buscam fortalecer a cooperação da defesa regional" entre os dois países.
Em conversa com a Sputnik, o analista internacional Juan Venturino Richardson afirmou que tem um papel muito importante e está entre os quatro ou cinco militares mais importantes dos EUA. "No que diz respeito à região, não há ninguém acima dela", acrescentou o entrevistado.
"Ela já disse o que o lítio significa para o seu país e sua preocupação com a China, mas a Argentina não tem interesses estratégicos com Washington. A posição é colonial", detalhou o analista.
Laura Richardson é general de quatro estrelas do Exército dos EUA. Desde 2021, serve como comandante do Comando Sul dos Estados Unidos. É responsável por liderar as operações militares dos EUA no Caribe e na América Central e do Sul, além de promover parcerias de segurança e cooperação com países da região. Richardson foi a primeira mulher a assumir o Comando de Treinamento e Doutrina do Exército dos Estados Unidos (TRADOC, na sigla em inglês).
Greve nacional contra demissões do governo
A Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), o principal sindicato que representa os funcionários da administração pública na Argentina, convocou uma greve geral nesta sexta-feira (5) para protestar contra as demissões em massa realizadas pelo governo de Milei.
Diante de um amplo aparato policial, centenas de trabalhadores se mobilizaram em frente ao Ministério da Economia, localizado no centro da cidade de Buenos Aires, a poucos metros da Casa Rosada, sede do Executivo, para participar do protesto.
A Casa Rosada confirmou no início da semana que cerca de 15 mil servidores públicos não tiveram os contratos de trabalho renovados e já anunciou que pretende demitir um total de 70 mil funcionários.