"Nós não vamos romper relações [com o Equador] nem tomar medidas semelhantes com o embaixador equatoriano [no México]. Vamos buscar Raquel Serur. Dei instruções para que as Forças Armadas, a Força Aérea, nos ajudem a trazer nossa embaixadora, que é uma pessoa excepcional", disse ele em um coletiva de imprensa mais cedo.
A expulsão da diplomata mexicana ocorreu ontem (4) devido a declarações de Obrador, no mesmo dia, relacionando a violência no México com a do Equador e como isso modificou os resultados eleitorais de outubro passado, quando o atual presidente equatoriano, Daniel Noboa, saiu vencedor.
O chefe de Estado mexicano explicou que as declarações surgiram devido ao assassinato da candidata do partido governista no México no município de Celaya, em Guanajuato, Gisela Gaytán, ocorrido na segunda-feira (1º).
"Disse para não contaminarem o ambiente político espalhando medo, porque isso é muito típico da direita, do conservadorismo, de agentes estrangeiros que recomendam isso. Eu dei o exemplo do Equador, onde no ano passado houve eleições […] e um dos candidatos [Fernando Villavicencio] fez uma acusação ligando o grupo de [Rafael] Correa [ex-presidente do país] ao narcotráfico, e acabou que [o político] é assassinado. A partir do momento em que o matam, surge uma suspeita e a candidata de Correa perde apoio popular", explicou.
Hoje (5), também, o México concedeu asilo político ao ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, que está refugiado na embaixada mexicana em Quito e que possui um mandado de prisão por suposta corrupção:
"O Governo do México decidiu conceder asilo político ao senhor Jorge David Glas Espinel, que atualmente se encontra na Embaixada do México em Quito, o que será comunicado oficialmente às autoridades equatorianas juntamente com o pedido para que concedam o respectivo salvo-conduto, de acordo com a Convenção de Asilo Diplomático de 1954, tratado internacional do qual México e Equador são Estados partes", informou o Ministério das Relações Exteriores mexicano em comunicado.