Presidente do Peru nega enriquecimento ilícito e diz que 'relógios de luxo são emprestados'

"A presidente Dina Boluarte saiu nesta tarde da sede do Ministério Público Nacional depois de prestar depoimento durante mais de cinco horas sobre a origem dos relógios da marca Rolex e outras joias que tem usado em eventos oficiais", indicou a mídia.

Desde o dia 18 de março, o Ministério Público investiga a presidente peruana por suposto enriquecimento ilícito por possuir três relógios Rolex avaliados juntos em cerca de US$ 34 mil (R$ 172,25 mil). A investigação considera que Boluarte poderia ter cometido crimes de enriquecimento ilícito e falsa declaração de bens.

A presidente afirma ser vítima de "perseguição política", mas até o momento não apresentou provas que garantam a origem legal dos relógios que possui.

As investigações também incluem aumento nos bens da presidente de quase US$ 116 mil (R$ 587,68 mil), a posse de uma pulseira Cartier avaliada em US$ 56 mil (R$ 283,71 mil), a posse de joias que excederiam US$ 500 mil (aproximadamente R$ 2,5 milhões) e depósitos em suas contas bancárias de mais de US$ 267 mil (mais de R$ 1,3 milhões).

A diligência se concentrou apenas nos relógios e nas joias que Boluarte possui e usa em eventos públicos.

O interrogatório foi conduzido pelo procurador-geral do Peru, Juan Carlos Villena, na sede do Ministério Público, localizada no centro histórico de Lima.

A diligência começou na manhã desta sexta-feira (5) e teve mais de cinco horas de duração. Boluarte saiu da sede do Ministério Público sem prestar declarações à imprensa.

Em uma coletiva de imprensa posterior, a presidente peruana garantiu que possui os relógios Rolex como um "empréstimo" do governador regional de Ayacucho, Wilfredo Oscorima. Segundo ela, os relógios já foram devolvidos.

Ao lado de seus advogados, quanto às acusações a seu respeito, ela ainda afirmou que "tudo o que disseram é falso".