De acordo com a nota publicada, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil "condena, nos mais firmes termos", a ação empreendida por forças policiais equatorianas na embaixada mexicana em Quito na noite de ontem, 5 de abril.
"A ação constitui clara violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas que, em seu artigo 22, dispõe que os locais de uma missão diplomática são invioláveis, podendo ser acessados por agentes do Estado receptor somente com o consentimento do chefe da missão", afirma a nota da chancelaria brasileira.
Na visão do Itamaraty, a ação "constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização".
Por fim, a nota declara a manifestação da sua "solidariedade ao governo mexicano".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma postagem neste sábado (6) no X (antigo Twitter), replicou a nota do Itamaraty e escreveu "toda minha solidariedade ao presidente e amigo Andrés Manuel López Obrador".
Na noite de ontem (5), um grupo de agentes equatorianos entrou à força na sede diplomática mexicana para capturar o ex-vice-presidente Jorge Glas, acusado de corrupção no caso Odebrecht, e que se refugia na sede desde meados de dezembro.
Como resposta, o México decidiu suspender as relações diplomáticas com o Equador, conforme anunciado pelo presidente Andrés Manuel López Obrador.
"Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do México, pelo que instruí a nossa chanceler que emita um comunicado sobre este fato autoritário, proceda de forma legal e de imediato declare a suspensão de relações diplomáticas com o governo do Equador", escreveu na rede social X o presidente mexicano.