Panorama internacional

Ucrânia pode ter que se comprometer com a Rússia, afirma Stoltenberg

Cabe ao Ocidente garantir que Kiev alcance um "resultado aceitável", disse o chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Sputnik
A Ucrânia poderá, em última análise, ter de concordar com algum tipo de compromisso com a Rússia para pôr fim ao conflito, disse o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.
Em entrevista à BBC publicada no sábado (6), o chefe da OTAN reiterou que o Ocidente deve apoiar a Ucrânia a longo prazo "mesmo que acreditemos e esperemos que a guerra acabe em um futuro próximo". Ele acrescentou ainda que os países ocidentais deveriam investir nas capacidades de defesa de Kiev para torná-la mais resiliente em caso de futuras hostilidades.
Ao mesmo tempo, sinalizou que cabia à Ucrânia escolher quando e em que condições procurar a paz com a Rússia.
"No final das contas, tem que ser a Ucrânia quem decide que tipo de compromissos está disposta a fazer", disse Stoltenberg, acrescentando que o papel do Ocidente é ajudar Kiev a alcançar uma posição de negociação que possa produzir um "resultado aceitável".
Dito isto, o líder da aliança enfatizou que não estava pressionando Kiev para quaisquer concessões, acrescentando que a "paz verdadeira" só pode ser alcançada com uma vitória ucraniana.
No início desta semana, o chefe da OTAN fez um forte apelo de apoio a longo prazo a Kiev, exortando os membros do bloco a "confiar menos em contribuições voluntárias e mais nos compromissos da OTAN". De acordo com vários relatos, Stoltenberg propôs um pacote de ajuda militar de cinco anos no valor de € 100 bilhões (cerca de R$ 549,5 bilhões) à Ucrânia. Os detalhes exatos da iniciativa estão agora em discussão.
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Ao longo do conflito, a Rússia se manteve aberta a conversações com a Ucrânia. No entanto, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, proibiu quaisquer negociações com a atual liderança em Moscou, depois de quatro antigos territórios ucranianos terem votado esmagadoramente pela adesão à Rússia no outono (Hemisfério Norte) de 2022.
O líder ucraniano tem recomendado uma "fórmula de paz" de dez pontos, exigindo que Moscou retire as suas tropas do território que Kiev reivindica como seu, bem como a criação de um tribunal para processar autoridades russas por alegados crimes de guerra. Moscou rejeitou a iniciativa como "desconectada da realidade".
Em entrevista ao Politico no sábado, o chefe de gabinete de Zelensky, Andrei Yermak, afirmou que, embora os ucranianos estivessem cansados do conflito, eles iriam se opor veementemente a qualquer compromisso com a Rússia.
No entanto, no mês passado, Zelensky sugeriu que o regresso às fronteiras da Ucrânia de 1991 já não era uma pré-condição para as negociações com a Rússia. No entanto, ele ainda insistiu que Kiev deve recuperar o território que perdeu para Moscou em 2022.
Moscou disse que a Ucrânia deve ter em conta o fato de que as suas fronteiras mudaram drasticamente desde o início das hostilidades.
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