Os índices de aprovação do presidente ucraniano Vladimir Zelensky caíram para 61%, devido às tendências autoritárias de seu governo, em comparação aos 80% antes do início da operação especial russa, informou no sábado (6) o jornal alemão Der Tagesspiegel.
O jornal destaca, citando especialistas, que Zelensky havia prometido a paz, a erradicação da corrupção e sua aposentadoria da política após somente um mandato. Entretanto, são promessas que, após cinco anos, ainda não foram cumpridas.
Nesse sentido, o Der Tagesspiegel nota que os "mecanismos de controle" do governo ucraniano estão enfraquecendo e que os habitantes do país "reclamam ante o fortalecimento das tendências autoritárias na administração presidencial".
"O presidente agora está tentando se libertar, realizando uma grande reformulação de pessoal em muitos cargos sêniores", disse Gerhard Mangott, especialista sobre o Leste Europeu da Universidade de Innsbruck, Áustria.
Stefan Meister, seu colega do Conselho Alemão de Relações Exteriores (DGAP, na sigla em alemão), afirmou que "quanto mais crítica se torna a situação na guerra, maior é a pressão sobre Zelensky", que "tenta remover possíveis rivais para que não representem uma ameaça política para ele". Um dos exemplos mais notórios, na sua opinião, é a demissão, em fevereiro, do comandante-geral Valery Zaluzhny que, de acordo com o especialista, "continua mais popular do que o presidente".
A posse de Zelensky ocorreu em 20 de maio de 2019, o que significa que o seu mandato deve terminar em maio deste ano.
No entanto, o governo atual insiste que o país está vivendo "uma realidade de guerra" e que é "tecnicamente impossível organizar uma votação adequada".