"Esperávamos que o México cumprisse o que está previsto nessas normas [sobre asilo] e ordenasse a saída do senhor Jorge Glas, que de maneira alguma pode ser considerado um perseguido político", disse Dávalos.
Além disso, o vice-chanceler equatoriano acusou o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, de interferir em assuntos internos, já que dias antes do episódio questionou a legitimidade do processo eleitoral que deu a vitória a Noboa em meio ao assassinato do então candidato Fernando Villavicencio.
Também nesta semana o ministro da Secretaria de Planejamento Estratégico de Honduras, Ricardo Salgado, chegou a declarar à Sputnik que a intervenção da OEA no mais recente conflito diplomático entre o México e o Equador é má ideia, porque a entidade é uma "agente golpista por excelência dos Estados Unidos".
"Todos sabemos que a OEA é um organismo nefasto que só serve aos interesses obscuros das pessoas mais perversas deste continente que, aliás, ainda estão em silêncio neste momento após a monstruosidade perpetrada pelo governo [equatoriano] do senhor Noboa", criticou Salgado.
A decisão do presidente Noboa de invadir a Embaixada mexicana foi criticada por diversos pares regionais e levou a uma crise diplomática sem precedentes com o país. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou também nesta terça por telefone com López Obrador e manifestou solidariedade ao México.
Lula afirmou que o episódio representou uma grave ruptura do direito internacional. O presidente brasileiro reforçou, ainda, que o Brasil acompanhará o tratamento do tema na Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
Invasão da Embaixada mexicana em Quito por policiais
Em 5 de abril de 2024, a polícia do Equador entrou à força na Embaixada mexicana em Quito para prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que anteriormente havia solicitado asilo político ao governo de López Obrador.
Glas tem um mandado de prisão por má gestão de fundos na reconstrução de duas províncias afetadas por um terremoto em 2016, quando era vice-presidente. Após ser detido, ele foi transferido para uma prisão de segurança máxima em Guayaquil. O México apresentou uma denúncia contra o governo de Noboa na Corte Internacional de Justiça (CIJ).