O comandante Alireza Tangsiri afirmou que a vingança iraniana pelo ataque israelense contra sua embaixada na Síria "não será precipitada", ao mesmo tempo que sinalizou a rejeição de Teerã à normalização dos laços entre Tel Aviv e Abu Dhabi.
"Não somos atingidos sem contra-atacar, mas também não somos precipitados na nossa retaliação. […] podemos fechar o estreito de Ormuz, mas não o fazemos. No entanto, se o inimigo vier nos perturbar, vamos rever a nossa política", afirmou Tangsiri, segundo a Reuters.
Os EAU, situados do outro lado do golfo Pérsico, tornaram-se a nação árabe mais proeminente a estabelecer laços diplomáticos com Israel em 30 anos, sob um acordo mediado pelos EUA em 2020, embora Abu Dhabi também tenha relações diplomáticas e comerciais normais com Teerã.
"Sabemos que os sionistas [Israel] não foram levados para os EAU para fins econômicos, mas sim para segurança e trabalho militar. Isso é uma ameaça para nós e não deveria acontecer", acrescentou Tangsiri.
Cerca de um quinto do volume do consumo total de petróleo do mundo passa diariamente pelo estreito de Ormuz. Uma média de 20,5 milhões de barris por dia, entre petróleo bruto, condensado e produtos petrolíferos, passaram por Ormuz entre janeiro e setembro de 2023, mostraram dados da empresa de análise Vortexa, citados pela mídia.
O Irã já disse que vai retaliar os ataques aéreos israelenses à seção consular da sua embaixada na capital da Síria, realizados no dia 1º de abril e que mataram sete oficiais do IRGC, incluindo dois comandantes seniores. O ataque alimentou as tensões entre os arqui-inimigos já agravadas pela guerra Israel-Hamas na Faixa de Gaza.