Panorama internacional

Gagaúzia pode apelar à Rússia e outros países caso Moldávia envie tropas para a região

Tensões na região aumentaram após o primeiro-ministro da Romênia, Marcel Ciolacu, defender na última semana a reunificação do país com a Moldávia após a adesão de Chisinau à União Europeia. A chefe da Gagaúzia, localidade autônoma moldava, Yevgenia Gutsul, comentou a situação com exclusividade à Sputnik.
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Conforme Gutsul, há um desejo da Gagaúzia em permanecer como parte da Moldávia, porém serão tomadas "medidas" caso as autoridades do país aceiterem a reunificação com a Romênia. "Se a República da Moldávia se aproximar da Romênia [...] naturalmente, tomaremos algumas medidas, pois queremos estar, viver na República da Moldávia independente", disse.
O ministro das Relações Exteriores da Moldávia, Mihai Popsoi, chegou a confirmar que tanto representantes do governo romeno quando membros do partido governista moldavo defendem a ideia de união dos dois países, o que, segundo a líder da Gagaúzia, levaria a região autônoma a iniciar um processo de independência.
E em caso de uma resposta militar à separação da Gagaúzia, Gutsul afirmou que pode solicitar ajuda inclusive da Rússia.
"Espero que não chegue a isso. Espero pelo bom senso de nossas autoridades. Mas se chegar a isso, apelaremos a todos os países, é claro, incluindo a Federação da Rússia", disse Gutsul ao ser questionada sobre o assunto.
Além disso, Gutsul disse que não há motivos para a Rússia iniciar um confronto contra a Moldávia, apesar das declarações contrárias da presidente do país, Maia Sandu. "Durante suas viagens internacionais, a presidente discute algum tipo de conflito militar, que a Rússia quer atacar a Moldávia, embora não vejamos tais pré-requisitos", declarou.
Conforme a líder da Gagaúzia, as autoridades moldavas fazem de tudo atualmente para criar uma atmosfera preocupante no país, acrescentando que a população escuta constantemente sobre acordos com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
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Parlamentos já realizaram sessão conjunta

Em meio ao fortalecimento de um eventual projeto de reunificação dos dois países, os parlamentos da Moldávia e da Romênia já realizaram sua primeira sessão conjunta em 2022. Antes disso, os governos locais se encontraram várias vezes e ainda criaram comissões conjuntas, além de grupos de trabalho em muitas áreas. De acordo com analistas locais, a aproximação de Chisinau com Bucareste é impulsionada pela tensão nas relações com a Rússia devido ao conflito na Ucrânia.
No entanto, de acordo com várias pesquisas locais, a maioria da população é contra a absorção da Moldávia pela Romênia. Em março, o Instituto de Marketing e Pesquisas Sociológicas do país revelou que apenas 8% dos eleitores votariam em um presidente que buscaria a união da Moldávia com a Romênia.
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