A Bélgica, que detém a presidência rotativa do bloco, perguntará aos Estados-membros qual o contributo que a aliança militar poderia dar no combate a uma vasta gama de ameaças, incluindo sabotagem, ataques cibernéticos e táticas de guerra híbrida.
Os 27 Estados-membros da UE também discutirão como financiar infraestruturas transfronteiriças, de acordo com um documento de base visto pela Bloomberg.
"A guerra contra a Ucrânia mostrou que a energia foi, é e provavelmente continuará a ser deliberada e ativamente transformada em arma. A fim de criar um sistema energético que contribua para a segurança de todos os Estados-membros e para a soberania da Europa, deve aceitar-se que um aspecto estratégico e militar foi forçosamente associado à natureza civil da energia", afirma o relatório.
Desde o começo da operação russa na Ucrânia, há mais de dois anos, tem-se visto que a infraestrutura energética pode ser alvo de possíveis sabotagens, cujo exemplo mais surpreendente foi uma série de explosões nos gasodutos Nord Stream em setembro de 2022.
Até hoje não foram identificados os responsáveis pela explosão, e a Rússia cobrou diversas autoridades competentes a continuarem a investigação, mas alguns países europeus decidiram a deixar de lado.
A aproximação da Aliança Atlântica com medidas políticas para o bloco e para Ucrânia tem tomado forma nas últimas semanas.
No começo do mês, o secretário-geral da aliança, Jen Stoltenberg, sugeriu que fosse estabelecido um fundo de contribuições quinquenal no valor de US$ 100 bilhões (R$ 505 bilhões) da OTAN para Kiev.
Ao mesmo tempo, está sendo estudado que a OTAN também possa assumir as funções operacionais do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, hoje liderado pelos Estados Unidos, que coordena as entregas de armas de cerca de 50 países para o governo de Vladimir Zelensky.
A agência norte-americana analisa que se os aliados apoiarem a proposta de Stoltenberg, uma medida da OTAN para assumir um papel mais ativo na ajuda à Ucrânia marcaria uma mudança de paradigma para a aliança militar, que anteriormente se distanciou desses esforços.
Stoltenberg disse que os planos são, em parte, "para protegerem dos ventos de mudança política".