Ciência e sociedade

Cientistas chineses acreditam que asteroide Vesta pode ter tido um lago de magma (FOTOS)

Pesquisadores chineses encontram a primeira evidência de que a superfície de Vesta, o segundo maior objeto do cinturão de asteroides, já foi coberta por rocha derretida, dando pistas sobre como os corpos foram formados durante os primeiros dias do Sistema Solar.
Sputnik
Segundo o South China Morning Post (SCMP), o estudo publicado na revista científica Nature Astronomy nesta quarta-feira (10) afirma que um meteorito encontrado na Argélia evidenciou a existência de um antigo oceano de magma em Vesta, um dos maiores asteroides do nosso Sistema Solar.
O estudo analisou um meteorito de 230 gramas que foi encontrado na Argélia em 2021 e vendido a um comprador chinês no ano seguinte. Mais tarde, os pesquisadores chineses confirmariam a sua origem de Vesta, comparando o fragmento com outras amostras pré-existentes.
O meteorito que foi encontrado na Argélia e posteriormente vendido a um comprador chinês
Os investigadores chineses, de institutos em Guiyang, Hefei, Changsha, Nanjing e Xian, disseram que "sua estrutura e características químicas fornecem informações críticas sobre a origem e a história da formação dos corpos planetários mais antigos no início do Sistema Solar".
Mesmo sendo muito menor que nossa Lua, os pesquisadores disseram que Vesta tem uma história evolutiva semelhante à da Lua e, assim como outros asteroides e protoplanetas, pode oferecer pistas sobre a evolução desses corpos celestes.
A sonda Dawn da NASA obteve esta imagem do asteroide gigante Vesta com sua câmera de enquadramento, 24 de julho de 2011
O autor principal do estudo, Li Shijie, pesquisador do Centro de Ciências Lunares e Planetárias da Academia Chinesa de Ciências em Guiyang, disse que a análise mostrou que mais de 90% do meteorito é composto por um mineral chamado anortita (formação sólida resultante do resfriamento de um rio de magma), um indicador-chave sobre a existência de um rio de magma.
De acordo com o pesquisador, os cálculos sugerem que a anortita em questão se formou a uma profundidade de 30 km no oceano de magma e pode ter flutuado até a superfície de Vesta, um processo resultante a partir de diversas colisões, o que pode levar de 200 a 20 mil anos.
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"Nos primeiros dias do Sistema Solar, eventos intensos de bombardeio de colisão eram comuns, como comprovado em estudos anteriores. Grandes quantidades de crosta — assim como cascas de ovos — podem ter sido erodidas", disse Li.
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