Caracas reagiu à nova aquisição das Forças Armadas da Guiana através de sua vice-presidente, Delcy Rodríguez, que disse que a ação "ameaçava a paz na região".
"A falsa vítima Guiana comprou um navio patrulheiro oceânico de uma empresa francesa. Guiana, junto aos Estados Unidos, seus parceiros ocidentais e seu antigo senhor colonial [o Reino Unido] representam uma ameaça à paz em nossa região", publicou Delcy em um post no X (antigo Twitter).
A vice-presidente ainda acrescentou que "a Venezuela continuará vigilante e persistirá no caminho da legalidade internacional. Chegou a hora da verdade histórica!", disse.
De acordo com o jornal O Globo, uma fonte militar guianesa disse que a embarcação será usada para proteger a zona econômica exclusiva, combater pesca ilegal e tráfico e detectar possíveis contaminações.
A decisão acontece uma semana depois de o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, promulgar uma lei que reafirma a soberania venezuelana sobre Essequibo, ao mesmo tempo que denunciou a instalação de "bases militares secretas" dos EUA na região.
A decisão foi classificada por Georgetown como "uma violação flagrante dos princípios mais fundamentais do direito internacional".
Há mais de 100 anos que a Venezuela e a Guiana disputam o território de Essequibo, mas as tensões entre Caracas e Georgetown aumentaram depois que a Guiana recebeu ofertas para 8 dos 14 blocos petrolíferos que foram licitados em dezembro de 2022, entre os quais está a empresa ExxonMobil.
Caracas considerou a situação um conluio entre Washington e a ExxonMobil para retirar da Venezuela os direitos sobre o território, e realizou um referendo consultivo sobre a proteção de Essequibo em dezembro do ano passado, que obteve mais de 10,5 milhões de votos.