O México apresentou uma queixa à Corte Internacional de Justiça (CIJ) contra o Equador, informou a ministra das Relações Exteriores mexicana, Alicia Bárcena Ibarra.
Dentro da ação movida, o governo mexicano exige a suspensão do Equador na ONU depois que, no começo do mês, a polícia local invadiu violentamente a embaixada mexicana em Quito para prender Jorge Glas, que foi asilado pela administração de Andrés Manuel López Obrador.
"[...] o Equador é responsável pelos danos que as violações causaram e continuam a causar ao México [...]. Em segundo lugar, [reivindicamos] a suspensão do Equador como membro da Organização das Nações Unidas até que um pedido público de desculpas seja emitido reconhecendo as violações e os princípios e normas fundamentais do direito internacional para garantir a reparação dos danos morais infligidos ao Estado mexicano e aos seus nacionais", alertou a ministra, segundo o Infobae.
O assessor jurídico do Ministério das Relações Exteriores do México, Alejandro Celorio, disse que uma declaração "muito mais ampla" ainda será apresentada.
"A ação, que já foi apresentada à Corte Internacional de Justiça, é a primeira etapa em que os argumentos primários são apresentados. Nos próximos meses, o México terá ainda a oportunidade de apresentar uma declaração muito mais ampla", disse Celorio em uma conferência que foi transmitida nas redes sociais do governo mexicano.
No entanto, na quarta-feira (10), a chanceler do Equador, Gabriela Sommerfeld, destacou que Quito não apresentará desculpas à Cidade do México neste momento, conforme noticiado.
Na madrugada do dia 5 para 6 de abril, um grupo de agentes entrou à força na sede diplomática mexicana em Quito, onde estava o ex-vice-presidente Jorge Glas.
Ele foi condenado duas vezes no Equador por acusações de corrupção, e serviu no governo do ex-presidente Rafael Correa entre 2013 e 2017.
López Obrador se pronunciou sobre o ocorrido, chamou a prisão do ex-vice-presidente de uma "flagrante violação do direito internacional e da soberania mexicana" e instruiu seu Ministério das Relações Exteriores a suspender as relações diplomáticas com o Equador.
Celorio também explicou nesta quinta-feira (11) que o governo do México não incorreu em qualquer irregularidade ao conceder asilo ao ex-vice-presidente equatoriano, "não há dúvida, o Equador violou a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas ao violar a nossa imunidade da embaixada, ao entrar sem autorização e sem as dependências da embaixada não têm direitos", acrescentou o assessor jurídico do MRE.