Até esta quinta-feira (11), o ex-presidente repetia a quem o perguntasse que a cassação de Moro não era mais assunto do Partido Liberal (PL). O ex-presidente garantiu inclusive ao próprio senador, por meio de aliados, que a sigla desistiria de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se Moro fosse absolvido na primeira instância.
No entanto, faltou articular o discurso com o líder da sigla, Valdemar Costa Neto. De acordo com a coluna de Bela Megale em O Globo, Valdemar decidiu seguir com a ação e já comunicou o fato à direção do PL.
Como ele e Bolsonaro estão proibidos de se comunicar, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), não falaram sobre o assunto. Os apelos do ex-presidente para que o PL desistisse do processo contra Moro chegaram a Valdemar, mas não surtiram efeito.
Moro saiu vitorioso do TRE-PR por 5 votos a 2, e a sigla já prepara recurso para enviar ao TSE. A informação foi confirmada pela colunista.
Ainda segundo a mídia, o argumento de Valdemar é o mesmo apresentado a Bolsonaro no passado e que não convenceu o ex-presidente. Valdemar diz que como houve uso de dinheiro público do PL, é obrigatório que o partido siga até o fim com a ação.
Os apelos de Moro começaram em dezembro de 2022. Na época, de acordo com o jornalista Lauro Jardim, o senador disse até que toparia se filiar ao PL para que seu mandato ficasse na legenda, entretanto a proposta não foi levada a sério, conforme noticiado.
Sergio Moro é acusado de abuso de poder econômico, por, na campanha eleitoral de 2022, ter gasto em propaganda muito mais do que a lei permitia, o que, de acordo com o PT e o PL, partidos que propuseram as ações, desequilibrou a disputa eleitoral em seu favor.