O petróleo russo está sendo negociado muito além do teto de preço do G7, que supostamente privaria a Rússia de receitas por causa das hostilidades na Ucrânia, escreve na quarta-feira (10) a agência norte-americana Bloomberg.
O Urals, o principal tipo de petróleo do país, atinge cerca de US$ 75 (R$ 380) por barril no momento em que sai dos portos do mar Báltico e do mar Negro, de acordo com dados da Argus Media citados pela agência.
O teto exige que qualquer empresa ocidental envolvida no transporte de petróleo russo receba um documento que comprove que a carga custa US$ 60 (R$ 304) por barril ou menos, caso contrário ela não poderá prestar seus serviços.
Em março, 23% das remessas de petróleo bruto do país tinham um seguro contra derramamentos e colisões fornecido por membros do International Group of P&I Clubs (esses clubes oferecem cobertura de responsabilidade marítima para aproximadamente 90% das cargas oceânicas mundiais), segundo dados compilados pela Bloomberg. Tal significa que as empresas teriam atestado que as cargas custavam menos do que a Argus avaliou ser o preço do Urals. Uma proporção menor foi transportada por navios-tanque gregos, todos com cobertura do International Group, que também exigem o atestado.
Os EUA estão acompanhando o aumento de preços, que atribuem a uma dinâmica geopolítica mais ampla, de acordo com um funcionário sênior do Departamento do Tesouro do país. Ele assegurou que o limite ainda está tendo o efeito pretendido de reduzir a quantidade de dinheiro que o Kremlin recebe da exportação de petróleo.
A Argus Media fala de um "grande aumento dos fretes, que é diretamente atribuível às sanções". De acordo com a Bloomberg, outra pressão para a redução das receitas russas vem do maior tempo de transporte dos hidrocarbonetos para a Ásia. No entanto, ela menciona que esse fator se reduziu no último mês.