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Foco no Sul Global: Lula diz que país deve se aliar aos 'mercados que precisam do Brasil' (VÍDEO)

Em evento na sede da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo, nesta sexta-feira (12), presidente Lula comentou parcerias do Brasil e ressaltou importância da retomada das relações com outros países do Sul Global. Na ocasião, foram anunciados investimentos de R$ 125 bilhões no país até 2028.
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"Todo mundo só olha para nós como pobres e miseráveis. Não queremos isso, nós queremos ser grandes." Assim o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o momento brasileiro aos olhares do mundo durante discurso na Anfavea, em um ano em que o país voltou ao grupo das dez maiores economias do planeta após quatro anos. Além disso, o petista ressaltou a importância do Sul Global para as relações econômicas e políticas do país.

"Agora a União Europeia quer fazer acordo com todo mundo. A nossa balança econômica com o Vietnã, que até outro dia estava em uma guerra fratricida, é maior do que com a maioria dos países europeus. A gente não vai exportar aos países ricos [bens industrializados], o que nós precisamos é procurar os mercados que precisam do Brasil", declarou Lula.

Para o presidente brasileiro, é possível ampliar a industrialização em território brasileiro, após décadas de enfraquecimento do setor, mesmo com a alta concorrência mundial.
"Tem mercados que a gente pode ganhar, tem mercado que a gente pode competir. E tem o nosso mercado interno", enfatizou. Também participaram do lançamento de investimentos no setor automobilístico o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Justiça, Ricardo Lewandowski.
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Haddad lembrou que o atual sistema tributário brasileiro faz com que "as pessoas eficientes sofram, por alguma razão, a concorrência de ineficientes". Por conta disso, o objetivo da pasta é trabalhar para apoiar a produção nacional, "desonerando equipamentos e obrigações" para que a indústria consiga chegar ao mercado final mais competitiva. Para o ministro, o governo tem liderado "um processo muito importante de valorização da nossa indústria", inclusive com a proteção das empresas contra a "concorrência predatória".

Modernização do parque industrial em 2 anos

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, comentou o programa do governo para apoiar a renovação e modernização do parque industrial brasileiro em dois anos, com foco na indústria verde e na descarbonização. O projeto de lei que traz as diretrizes está em análise no Congresso Nacional.
"E a indústria faz toda a diferença na melhoria da renda e da vida da população e na diminuição das desigualdades. Por isso foi lançada a Nova Indústria Brasil [outro programa do governo], para a consolidação de uma indústria inovadora", explicou, ao acrescentar sobre o investimento de R$ 60 bilhões só em pesquisa e desenvolvimento de inovação.
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Já o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, disse que as constantes reuniões entre o setor e sindicatos, como o dos metalúrgicos do ABC, no qual Lula teve uma atuação histórica, "ensinaram a ele que trabalhadores, indústrias e empresários […] não […] [estão] em lados opostos para se autodestruir".

"Nós aprendemos a nos respeitarmos mutuamente, a ter um olhar muito além das sínteses da relação trabalhador e empresa. Entendemos que as empresas são os trabalhadores e esses investimentos vão proporcionar crescimento para o país, proporcionar descarbonização em um gesto de ousadia", afirmou.

O vice-presidente Geraldo Alckmin discursa durante evento que anunciou R$ 125 bilhões em investimentos no setor automobilístico do Brasil até 2028. São Paulo (SP), 12 de abril de 2024

Antiga rivalidade entre PT e PSDB

Aproveitando a presença de Alckmin, do qual era adversário político durante os dois primeiros mandatos, nos anos 2000, Lula também comentou o cenário político no país e disse estar "com saudades" da época em que a disputa presidencial no país era travada entre ambos de forma "democrática".

"A verdade é que quando era entre o PT e o PSDB, como era democrático este país, como a gente era civilizado e a gente nem sabia. Agora que estamos descobrindo como é bom ser civilizado, como é bom ser democrático, como é bom gostar de conversar, saber lidar com os diferentes", pontuou Lula.

Por fim, o petista falou brevemente sobre as tensões geopolíticas, inclusive na América Latina. "Há muito nervosismo na Faixa de Gaza. Vocês percebem que há muito nervosismo nas eleições na Venezuela e em vários países do continente, como Equador e Argentina. Temos que ter um pouco de tranquilidade, a humanidade precisa de tranquilidade. Não podemos correr o risco de perder a essência que é a democracia. Não existe nada melhor", finalizou.
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