De acordo com a Reuters, muitos em Gaza se sentiram abandonados pelos vizinhos do Oriente Médio desde que Israel iniciou uma ofensiva retaliatória — que já matou mais de 33 mil pessoas — contra a incursão do Hamas em solo israelense, que matou 1,1 mil pessoas e fez 253 reféns no dia 7 de outubro.
Entretanto, o Irã e alguns de seus aliados, particularmente do Hezbollah, têm demonstrado sinais de apoio à Gaza e protesto à política intervencionista com uso de força desproporcional do Estado judeu.
"Pela primeira vez, vimos alguns foguetes que não caíram nas nossas áreas. Esses foguetes estavam indo para a Palestina ocupada", disse à apuração Abu Abdallah, de 32 anos, usando um nome fictício, se referindo à terra que se tornou Israel em 1948, e não à Cisjordânia ocupada e a Gaza.
De acordo com a agência de notícias, imagens que circularam do enclave mostraram muitos residentes, inclusive dentro de tendas de deslocamento, assobiando e outros entoando cantos de alegria enquanto os céus eram iluminados por foguetes iranianos e interceptações israelenses.
"Quem decide atacar Israel, ousa atacar Israel em um momento em que o mundo inteiro age a seu serviço, é um herói aos olhos dos palestinos, independentemente de partilharmos ou não a sua ideologia [do Irã]", disse Majed Abu Hamza, de 52 anos, pai de sete filhos, da Cidade de Gaza. "Fomos massacrados há mais de seis meses e ninguém se atreveu a fazer nada. Agora o Irã, depois de seu consulado ter sido atingido, está reagindo a Israel e isso traz alegria aos nossos corações", acrescentou Abu Hamza.
Diversos relatos de celebração vindos do enclave palestino percorreram as redes sociais na manhã deste domingo após os ataques do Irã à Israel.
O Irã lançou dezenas de drones e mísseis contra Israel na noite de sábado (13), depois de ameaçar retaliar um ataque aéreo mortal ao Consulado-Geral iraniano na Síria, que matou sete membros da elite do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) há duas semanas (1º).