O Japão e os Países Baixos estão resistindo à pressão dos EUA para limitar o acesso da China à tecnologia de semicondutores, escreve na sexta-feira (12) a agência norte-americana Bloomberg.
Altos funcionários dos EUA, incluindo o vice-secretário de Comércio Alan Estevez, reuniram-se na segunda-feira (8) com seus colegas nos Países Baixos e pediram aos seus aliados que não efetuassem a manutenção dos equipamentos adquiridos pela China e entretanto sancionados, indica a mídia.
Além disso, Washington está pressionando Amsterdã a proibir a empresa de semicondutores ASML de manter e reparar equipamentos de fabricação de chips adquiridos por empresas chinesas antes da atual proibição de vendas. Os funcionários norte-americanos ainda querem que as empresas japonesas restrinjam as exportações de alguns produtos químicos de alta qualidade para a fabricação de chips.
No entanto, Amsterdã e Tóquio querem "mais tempo para avaliar o impacto da proibição do equipamento de chips de gama alta" e esperar pelo "resultado da eleição [presidencial] dos EUA em novembro".
Segundo as fontes, uma delegação dos EUA visitou Berlim posteriormente para discutir restrições semelhantes com seus colegas alemães. Os representantes querem que o fabricante alemão de componentes ópticos Carl Zeiss AG, um dos principais fornecedores da ASML, se abstenha de vender peças-chave para a China. Entretanto, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha não expressou apoio nem rejeitou diretamente a proposta dos EUA, e apontou para a próxima viagem do chanceler Olaf Scholz à China.
As autoridades americanas ainda pararam em Bruxelas para discutir uma série de questões, incluindo chips e sanções à Rússia, concluiu a matéria.
De acordo com a mais recente pesquisa da Bloomberg News/Morning Consult, divulgada no final de março, em relação às próximas eleições nos EUA, o candidato republicano Donald Trump lidera nos principais estados decisivos, com 47% votos contra 43% do atual presidente democrata.
Ao mesmo tempo, nota a Bloomberg, Trump também deve implementar restrições tecnológicas à China caso seja eleito presidente dos EUA, depois que ele tomou medidas semelhantes contra a ASML e a Huawei durante seu mandato (2017-2021).