Panorama internacional

Rússia expressa máxima preocupação com escalada no Oriente Médio pedindo por contenção às partes

A chancelaria russa respondeu aos ataques noturnos do Irã dentro de Israel, alertando que numerosas crises "não resolvidas" no Oriente Médio e o comportamento dos países ocidentais poderão levar a uma nova escalada na região.
Sputnik
O Irã lançou um enorme ataque de mísseis e drones na noite de sábado (13) contra instalações militares em Israel, em retaliação ao ataque não provocado de Tel Aviv, em 1º de abril, ao complexo da embaixada iraniana em Damasco, na Síria.

"Na madrugada de 14 de abril, um grande número de mísseis e drones foram lançados contra Israel. Segundo o Ministério das Relações Exteriores iraniano, este ataque foi realizado no âmbito do direito de legítima defesa, de acordo com o Artigo 51 da Carta da ONU, em resposta aos ataques às instalações iranianas na região, incluindo o ataque ao edifício do departamento consular da Embaixada do Irã em Damasco, em 1º de abril, que o nosso país condenou veementemente", afirmou o Ministério das Relações Exteriores russo em comunicado.

"Infelizmente, devido à posição dos seus membros ocidentais, o Conselho de Segurança da ONU [CSNU] não foi capaz de responder adequadamente ao ataque à missão consular iraniana", acrescentou o ministério.

"Expressamos a nossa maior preocupação com outra escalada perigosa na região. Alertamos repetidamente que o fracasso na resolução de numerosas crises no Oriente Médio, especialmente no que diz respeito ao conflito israelo-palestino [...] levará ao aumento das tensões. Apelamos a todas as partes envolvidas para exercerem contenção. Esperamos que os países regionais resolvam os problemas existentes através de meios políticos e diplomáticos. Acreditamos que é importante que os intervenientes internacionais construtivos contribuam para isso", afirmou o comunicado.

A 'lição' do Irã para Israel

A missão do Irã nas Nações Unidas anunciou neste domingo que o seu ataque retaliatório noturno a Israel tinha sido "concluído", mas alertou que "se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa".
A missão também alertou os aliados de Israel nos EUA, sublinhando que o conflito entre o Irã e "o regime israelense desonesto" é um conflito "do qual os EUA devem ficar longe!"
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O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, disse ainda este domingo (14) que os "filhos zelosos e corajosos do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica [IRGC, na sigla em inglês], com a cooperação e coordenação de todos os setores políticos e de defesa do país, viraram uma nova página na história da autoridade do Irã e ensinaram uma lição ao inimigo sionista".
O comandante-chefe do IRGC, Hossein Salami, exortou Israel a "parar com o seu comportamento do passado e aprender com" o ataque noturno do Irã, alertando que "se o regime sionista mostrar alguma resposta, a nossa reação será certamente muito mais dura com base nesta nova experiência que adquirimos" ao testar as capacidades de Israel.
"De agora em diante, se o regime sionista atacar os nossos interesses, bens, figuras e cidadãos em qualquer ponto da Terra, enfrentará um contra-ataque de dentro da República Islâmica do Irã", sublinhou Salami.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, Mohammad Bagheri, ecoou os sentimentos de Salami, dizendo que a ação punitiva iraniana, apelidada de Operação Promessa Verdadeira, atingiu os seus objetivos, que estavam restritos a alvos militares.

"A sua população e os seus centros econômicos não foram atingidos, para que o criminoso e agressivo Exército sionista percebesse que a sua ação não ficaria sem resposta. Estamos definitivamente preparados para defender o nosso solo e os nossos interesses", disse Bagheri, alertando que o Irã tem a capacidade lançar uma bateria de drones e mísseis "dezenas de vezes" mais poderosa do que os ataques demonstrativos realizados na madrugada deste domingo.

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Comentando o ataque iraniano em uma aparição na televisão neste domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou retaliar, dizendo "quem quer que nos machuque, nós os machucaremos".
No entanto, a administração Biden enviou sinais a Tel Aviv de que não participará em quaisquer ataques retaliatórios israelenses ao Irã, com o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, sublinhando em uma publicação no X (anteriormente Twitter) que os EUA "não procuram conflito com o Irã, mas não hesitaremos em agir para proteger as nossas forças e apoiar a defesa de Israel".
Neste domingo, o portal Axios informou, citando um alto funcionário da Casa Branca, que o presidente Joe Biden havia dito em particular a Netanyahu que os EUA não apoiariam "qualquer" contra-ataque israelense contra o Irã. Se for verdade, tornaria mais difícil um ataque aéreo israelense direto em solo iraniano, uma vez que os seus aviões de guerra não podem alcançar a República Islâmica e regressar sem a assistência de aviões dos EUA.
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