O chanceler alemão Olaf Scholz vai tentar usar sua viagem à China para criar uma barreira entre Pequim e Moscou, mas tem poucas chances de obter sucesso, observou o senador russo Aleksei Pushkov.
"Scholz está em Pequim. Ele tentará novamente alienar a China da Rússia, o que provavelmente terminará da mesma forma que as tentativas anteriores feitas por [Emmanuel] Macron, [Ursula] von der Leyen e [Janet] Yellen", publicou Pushkov em seu canal Telegram. "Ao contrário da Rússia, o Ocidente é potencialmente hostil à China. Nenhuma quantidade de negociações mudará isso."
O político russo lembrou que os EUA têm promovido a narrativa da "ameaça chinesa", designando Pequim como um desafio estratégico. Ele disse que, em tal situação, sucumbir à pressão do Ocidente só iria contra os interesses da Rússia.
A China acolheu vários líderes ocidentais ao longo dos últimos meses, todos eles tentando equilibrar as suas próprias preocupações comerciais com a sua agenda geopolítica declarada. Olaf Scholz é o último, chegando neste domingo (14) à China acompanhado por uma volumosa delegação de representantes empresariais alemães.
A visita de Olaf Scholz coincide com a chegada de Daniel J. Kritenbrink, secretário de Estado adjunto dos EUA para Assuntos do Leste Asiático e Pacífico, à República Popular da China.
Kritenbrink estará acompanhado por Sarah Beran, principal conselheira do presidente dos EUA, Joe Biden, para a China no Conselho de Segurança Nacional. A visita faz "parte dos esforços contínuos para manter linhas de comunicação abertas e gerir a concorrência de forma responsável", de acordo com um comunicado do Departamento de Estado dos EUA.
A agitação diplomática fortemente encharcada de retórica beligerante ocorre quando o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, na terça-feira (9), enviando uma forte mensagem ao Ocidente de que os dois países não se desviarão da sua parceria estratégica.