"Estes ataques imprudentes devem parar imediatamente. Embora felizmente desta vez não tenham causado um incidente radiológico, aumentaram consideravelmente o risco na central nuclear […], onde a segurança […] já está comprometida", disse Grossi em uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Segundo o diretor da AIEA, o perigo de um grave acidente nuclear na central é uma possibilidade realista, apesar de os reatores terem sido desligados. "Estamos perigosamente perto de uma catástrofe nuclear. Hoje devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para minimizar o risco de um acidente. Os cinco princípios estabelecidos nesta mesma sala há um ano devem ser cumpridos", assegurou Grossi.
A usina possui seis reatores de água pressurizada do modelo VVER-1000 e tem capacidade total de 6.000 megawatts, sendo o maior complexo do tipo na Europa.
Vasily Nebenzya, embaixador russo nas Nações Unidas, agradeceu à AIEA por condenar prontamente os ataques à usina nuclear de Zaporozhie e afirmou que a Federação da Rússia continuará a garantir a segurança das instalações.
Nebenzya, no entanto, apelou à AIEA que nomeie a origem dos ataques.
"Esta não é uma questão política. A hesitação do secretariado da agência em dar nome aos bois apenas encoraja as autoridades de Kiev a promoverem ações extremamente perigosas".
"Se essa interpretação impessoal dos ataques […] à central nuclear de Zaporozhie continuar, os esforços empreendidos pela AIEA perderão o sentido", disse o diplomata, que garantiu também que a Rússia continuará a "garantir a proteção" da planta.
"Apelamos ao secretariado da AIEA, bem como a todos os membros sensatos da comunidade internacional, que faça todo o possível para salvar o mundo do incidente nuclear", enfatizou.