A sanção de destituição de cargo em comissão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (17), após a conclusão do processo administrativo disciplinar (PAD) instaurado para apurar a prática de assédio moral pela Controladoria-Geral da União (CGU).
O processo identificou violação da moralidade administrativa por parte de Camargo ao promover demissões de terceirizados por motivos ideológicos, uso do cargo para contratar empregado terceirizado e tratamento sem urbanidade a diretores e coordenadores hierarquicamente subordinados.
Jornalista, Sérgio Camargo foi nomeado para o cargo em novembro de 2019. Ele teve a nomeação suspensa pela Justiça por desvio de finalidade, mas retornou à presidência da Fundação Palmares em fevereiro de 2020, após liberação do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Em maio, o órgão voltou a recusar o pedido de afastamento. Ele saiu da presidência da fundação em março de 2022.
Opositor do movimento negro
Sérgio Camargo é crítico do movimento negro, a quem já chamou de "escória maldita". Também nega o papel histórico desempenhado pelo líder quilombola Zumbi dos Palmares, que dá nome à fundação que ele presidiu.
Em tuíte fixado em seu perfil, Camargo diz que "negros são livres" e não precisam de "movimento", "esmola estatal" e "cota racial". No passado, afirmou que a escravidão tinha sido "benéfica" para os descendentes e que o Dia da Consciência Negra deveria ser abolido.