"A Ucrânia tem o nosso apoio inequívoco até sair vitoriosa e alcançar uma paz justa. É vital que cheguemos a um acordo sobre uma forma de usar os recursos russos sancionados para apoiar a Ucrânia", declarou Cameron antes de uma reunião com seus homólogos do grupo.
Além disso, o secretário pretende instar os demais ministros a intensificarem os esforços contra a evasão das sanções pela Rússia — esforços que teriam como alvo países terceiros.
Os ministros das Relações Exteriores do G7 se reuniram nesta quarta-feira (17) e continuarão suas conversas até a sexta (19), na ilha italiana de Capri, para discutir questões urgentes da agenda internacional, incluindo o conflito na Ucrânia, a crise que segue após a resposta do Irã a Israel e a situação na Faixa de Gaza e no mar Vermelho.
Após o início da operação militar especial russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a União Europeia (UE) e os membros do G7, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, bloquearam quase metade dos ativos russos no exterior, cerca de 300 bilhões de euros (mais de R$ 1,6 trilhão).
No dia 20 de março, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, apresentou ao Conselho da União Europeia a proposta de utilizar os lucros dos ativos russos bloqueados para garantir a ajuda militar à Ucrânia.
A proposta do diplomata sênior prevê que 90% das receitas dos ativos russos sejam atribuídos ao Mecanismo Europeu de Apoio à Paz e os outros 10%, ao orçamento da UE, para possíveis despesas imprevistas e compensações relacionadas à Ucrânia. A aprovação exigirá o voto unânime dos países-membros do bloco.
Anteriormente a UE planejava gastar os lucros dos ativos russos congelados na reconstrução da Ucrânia, mas agora Bruxelas afirma que, devido à difícil situação no campo de batalha e à escassez de armas e munições, o dinheiro "pode ser gasto em operações militares" em apoio a Kiev.
Por sua vez, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, descreveu o bloqueio de bens russos como roubo. O Kremlin salientou em mais de uma ocasião que o confisco violaria todas as normas do direito internacional.