Os Estados Unidos e seus parceiros ajudaram Israel, então por que é que não nos ajudarão a nos protegermos dos ataques russos, indagaram algumas autoridades ucranianas.
"Parece extremamente estranho: como é que a população civil da Ucrânia ou a infraestrutura civil da Ucrânia difere da população civil de Israel do ponto de vista humanístico?", perguntou Mikhail Podolyak, conselheiro do presidente Vladimir Zelensky, durante entrevista à NBC News.
Para Kiev, o aparente duplo padrão surge em um momento particularmente perigoso, escreve a mídia.
As autoridades ucranianas têm soado o alarme há semanas, alertando que sem fornecimentos urgentes de novo apoio militar, a Ucrânia não será capaz de conter as forças russas, que avançam no campo de batalha e a atacam pelo ar.
Na segunda-feira (15), Zelensky apresentou um pedido de apoio para defesa aérea bastante direto.
"Os céus europeus poderiam ter recebido o mesmo nível de proteção há muito tempo se a Ucrânia tivesse recebido apoio total semelhante dos seus parceiros na intercepção de drones e mísseis", disse ele. "Agora podemos ver como a unidade pode funcionar", acrescentou.
No entanto, os EUA e os seus parceiros ocidentais deixaram clara a sua relutância em ir tão longe com a Ucrânia como fizeram no Oriente Médio.
"Os EUA e a OTAN têm sido inflexíveis em não entrarem em conflito com a Rússia. Ninguém quer se envolver […]", disse Frank Ledwidge, antigo oficial de inteligência militar britânico e professor sênior de estudos de guerra na Universidade de Portsmouth, citado pela mídia.
O presidente Joe Biden também deixou claro que Washington não assumirá um papel de combate na Ucrânia, disse o coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, a repórteres no início da semana.
"Conflitos diferentes, espaço aéreo diferente, quadro de ameaça diferente", declarou Kirby.
À medida que a Ucrânia esgota as suas reservas de munições e mísseis de defesa aérea, tanto os ucranianos como as autoridades em Kiev olham para a resposta dos EUA no caso de Israel e para a nova ajuda que o Congresso dos EUA tem viabilizado, com crescente frustração.